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Polícia do Rio prende últimos suspeitos do Caso Malhães

G1

 Prisão foi às 6h desta segunda (30) em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio.
Inquérito está concluído, de acordo com a polícia.

Policiais da Divisão de Homicídios (DH) da Baixada Fluminense prenderam, por volta das 6h desta segunda-feira (30), os dois últimos suspeitos de envolvimento na invasão ao sítio do coronel reformado do Exército, Paulo Malhães. O caseiro do coronel, Rogério Pires, e dois irmãos dele, Rodrigo e Anderson Pires, já estavam presos por suspeita de envolvimento no crime.

Segundo a polícia, com as prisões, o inquérito foi concluído. De acordo com o delegado Pedro Medina, titular da DH-Baixada, os suspeitos foram encontrados em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio.

Após a invasão ao sítio, o coronel Paulo Malhães foi encontrado morto no local. O crime aconteceu um mês depois de o militar ter confessado à Comissão da Verdade participação em sessões de tortura durante a ditadura. O laudo preliminar do Instituto Médico-Legal (IML) aponta que ele morreu de infarto. De acordo com a Polícia Civil, os três vão responder latrocínio — roubo seguido de morte.

Roubo

De acordo com depoimento prestado pela viúva do coronel, Cristina Batista Malhães, pelo menos três homens – um deles com o rosto coberto – invadiram o sítio do militar no bairro Ipiranga, na área rural de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

A mulher disse que ela e o caseiro foram mantidos reféns em cômodos separados por cerca de nove horas. Os criminosos fugiram levando as armas que o oficial colecionava e dois computadores. O coronel foi encontrado morto depois que os invasores deixaram a propriedade.

Torturas durante a ditadura

Em março, Malhães admitiu à Comissão Nacional da Verdade, em Brasília, ter participado de torturas e desaparecimentos de presos políticos durante a ditadura militar, entre eles, o ex-deputado Rubens Paiva.

Paiva é um dos 183 desaparecidos políticos com o paradeiro a ser investigado pela Comissão Nacional da Verdade — criada pelo governo federal para examinar e esclarecer violações de direitos humanos praticadas durante o regime que vigorou entre 1964 e 1985. Rubens Paiva foi preso em 20 de janeiro de 1971.

Em depoimento à Comissão da Verdade, Malhães disse que o corpo do ex-deputado Rubens Paiva foi jogado em um rio de Itaipava, na Região Serrana do Rio, por agentes da ditadura. Cerca de uma semana depois, em outro depoimento, ele voltou atrás e negou o fato.
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