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Prisão de pais de menina que caiu de prédio no Rio revolta parentes e amigos
Folha Online
Familiares e amigos dos pais da menina Rita de Cássia de Sena, 5, que morreu no fim de semana no Rio ao cair do quinto andar do prédio onde morava, disseram estar indignados com a prisão dos pais da criança. O casal foi preso domingo por abandono de incapaz --por ter deixado a criança sozinha em casa-- e ontem conseguiu liberdade provisória.
As manifestações foram feitas na manhã desta terça-feira durante o enterro da criança, no cemitério de Irajá (zona norte do Rio). Emocionados, os pais da menina, Fátima Rodrigues Edwiges Sena, 50, e Gilson Rodrigues de Sena, 51, acompanharam a cerimônia.
"Esse casal é muito bom e não merece essa pressão. Isso foi uma injustiça. Eles não precisavam ir para a cadeia. Ela está sofrendo muito, sempre foi uma mãe exemplar. É um casal de ouro. Os moradores de Rocha Miranda [zona norte] estão indignados com essa prisão", afirmou Maria José da Cruz Corrêa, 57, amiga da família e presidente da associação de moradores do bairro de Rocha Miranda, onde a mãe da menina foi criada e morou durante anos.
O tio de Rita, o farmacêutico Clemilson Rodrigues de Sena, 42, também disse que o caso foi uma "fatalidade" e se emocionou ao falar do irmão e da mãe da menina. Segundo Clemilson Sena, a criança não costumava ficar sozinha em casa e os pais eram cuidadosos tanto com a menina como com as outras duas filhas.
"Eles sempre foram muito cuidadosos com ela [menina]. Com tanto criminoso solto por aí, isso não deveria ter acontecido [a prisão dos pais], mas essa é a lei do Brasil", disse indignado o farmacêutico.
O corpo da menina foi enterrado por volta das 11h40 desta terça-feira no cemitério de Irajá (zona norte do Rio). Com a liberdade provisória concedida pela Justiça, os pais da criança acompanharam a cerimônia.
"É muito triste o que aconteceu. Não sei como vai ser a minha vida daqui para frente. Perdi meu pai aos 9 anos, depois tive dois irmãos assassinados e agora a minha filha. Ritinha mamãe te ama muito", disse emocionada a mãe da menina, Fátima Rodrigues Edwiges Sena, 50.
Além de parentes e amigos, desconhecidos foram ao cemitério prestar solidariedade à família. No total, cerca de 200 pessoas participaram do enterro.
Durante o cortejo pelo cemitério, duas amigas da família carregavam um quadro com a foto da menina, que decorava o quarto de Rita. A mãe, chorando, acompanhava as duas.
No velório, uma das irmãs da menina Rita, uma jovem que está grávida, passou mal e precisou ser medicada. Em meio à cerimônia, amigos da família se diziam preocupados porque, segundo eles, a mãe de Rita é hipertensa e o pai, diabético.
Tumulto
No final do enterro de Rita Sena, 5, uma mulher, que não foi identificada, ofendeu a mãe da criança com acusações sobre a morte da menina. Houve correria. Familiares e amigos de Fátima Sena arremessaram flores e um copo com refrigerante sobre a mulher, que teve que ser levada por um segurança do local.
De acordo com funcionários do cemitério, a mulher que iniciou a confusão sofre de problemas mentais e sempre circula na região. Ela foi levada por um segurança até uma rua próxima para evitar brigas.
Queda
A menina Rita estava sozinha no apartamento, no bairro de Tomás Coelho, na zona norte do Rio. Os pais estavam em uma festa junina no condomínio na hora da tragédia, na noite do último sábado (11).
A mãe afirmou que, durante a festa, a menina reclamou que estava com sono. Por isso, levou a menina para o apartamento, por volta das 22h30, e a colocou para dormir. Fátima contou à polícia que resolveu voltar para a festa por volta das 23h para chamar outra filha.
Quando voltou ao apartamento, às 23h25, não achou Rita e pediu ajuda. Os vizinhos encontraram a menina caída no estacionamento.
Segundo a polícia, a menina passou por um buraco na rede de proteção da janela da área de serviço. O rombo que já existia foi provavelmente alargado pela menina, que tinha uma pequena tesoura, onde foram encontrados fragmentos da tela.
Antes de cair, a menina arremessou pela janela alguns objetos, como um lençol, um cobertor, uma mochila com roupas e brinquedos e a própria tesoura.
Segundo o delegado Marco Castro, que fazia plantão na 25ª DP, onde o caso foi registrado, o circuito de câmeras mostrou que os pais não estavam em casa no momento do acidente e com isso a possibilidade de homicídio foi descartada.
Prisão
Os pais de Rita foram presos em flagrante no domingo (12) por abandono de incapaz --por terem deixado a criança sozinha no apartamento. Eles passaram uma noite presos e foram libertados na tarde de segunda, após o juiz de plantão André Nicolitt conceder liberdade provisória ao casal.
A delegada titular da 25ª DP (Engenho Novo), Adriana Cardoso Belém afirmou que um perito foi enviado ontem ao condomínio onde aconteceu o acidente para retirar a tela de proteção da janela do apartamento. Segundo a delegada, a intenção é evitar que a família mexa no local.
"O laudo deve ficar pronto em menos de dez dias. Espero que eles sejam punidos de forma exemplar porque não são raras as vezes que a gente vê um pai e uma mãe deixarem crianças sozinhas até mesmo no carro", disse a delegada ontem.
As manifestações foram feitas na manhã desta terça-feira durante o enterro da criança, no cemitério de Irajá (zona norte do Rio). Emocionados, os pais da menina, Fátima Rodrigues Edwiges Sena, 50, e Gilson Rodrigues de Sena, 51, acompanharam a cerimônia.
"Esse casal é muito bom e não merece essa pressão. Isso foi uma injustiça. Eles não precisavam ir para a cadeia. Ela está sofrendo muito, sempre foi uma mãe exemplar. É um casal de ouro. Os moradores de Rocha Miranda [zona norte] estão indignados com essa prisão", afirmou Maria José da Cruz Corrêa, 57, amiga da família e presidente da associação de moradores do bairro de Rocha Miranda, onde a mãe da menina foi criada e morou durante anos.
O tio de Rita, o farmacêutico Clemilson Rodrigues de Sena, 42, também disse que o caso foi uma "fatalidade" e se emocionou ao falar do irmão e da mãe da menina. Segundo Clemilson Sena, a criança não costumava ficar sozinha em casa e os pais eram cuidadosos tanto com a menina como com as outras duas filhas.
"Eles sempre foram muito cuidadosos com ela [menina]. Com tanto criminoso solto por aí, isso não deveria ter acontecido [a prisão dos pais], mas essa é a lei do Brasil", disse indignado o farmacêutico.
O corpo da menina foi enterrado por volta das 11h40 desta terça-feira no cemitério de Irajá (zona norte do Rio). Com a liberdade provisória concedida pela Justiça, os pais da criança acompanharam a cerimônia.
"É muito triste o que aconteceu. Não sei como vai ser a minha vida daqui para frente. Perdi meu pai aos 9 anos, depois tive dois irmãos assassinados e agora a minha filha. Ritinha mamãe te ama muito", disse emocionada a mãe da menina, Fátima Rodrigues Edwiges Sena, 50.
Além de parentes e amigos, desconhecidos foram ao cemitério prestar solidariedade à família. No total, cerca de 200 pessoas participaram do enterro.
Durante o cortejo pelo cemitério, duas amigas da família carregavam um quadro com a foto da menina, que decorava o quarto de Rita. A mãe, chorando, acompanhava as duas.
No velório, uma das irmãs da menina Rita, uma jovem que está grávida, passou mal e precisou ser medicada. Em meio à cerimônia, amigos da família se diziam preocupados porque, segundo eles, a mãe de Rita é hipertensa e o pai, diabético.
Tumulto
No final do enterro de Rita Sena, 5, uma mulher, que não foi identificada, ofendeu a mãe da criança com acusações sobre a morte da menina. Houve correria. Familiares e amigos de Fátima Sena arremessaram flores e um copo com refrigerante sobre a mulher, que teve que ser levada por um segurança do local.
De acordo com funcionários do cemitério, a mulher que iniciou a confusão sofre de problemas mentais e sempre circula na região. Ela foi levada por um segurança até uma rua próxima para evitar brigas.
Queda
A menina Rita estava sozinha no apartamento, no bairro de Tomás Coelho, na zona norte do Rio. Os pais estavam em uma festa junina no condomínio na hora da tragédia, na noite do último sábado (11).
A mãe afirmou que, durante a festa, a menina reclamou que estava com sono. Por isso, levou a menina para o apartamento, por volta das 22h30, e a colocou para dormir. Fátima contou à polícia que resolveu voltar para a festa por volta das 23h para chamar outra filha.
Quando voltou ao apartamento, às 23h25, não achou Rita e pediu ajuda. Os vizinhos encontraram a menina caída no estacionamento.
Segundo a polícia, a menina passou por um buraco na rede de proteção da janela da área de serviço. O rombo que já existia foi provavelmente alargado pela menina, que tinha uma pequena tesoura, onde foram encontrados fragmentos da tela.
Antes de cair, a menina arremessou pela janela alguns objetos, como um lençol, um cobertor, uma mochila com roupas e brinquedos e a própria tesoura.
Segundo o delegado Marco Castro, que fazia plantão na 25ª DP, onde o caso foi registrado, o circuito de câmeras mostrou que os pais não estavam em casa no momento do acidente e com isso a possibilidade de homicídio foi descartada.
Prisão
Os pais de Rita foram presos em flagrante no domingo (12) por abandono de incapaz --por terem deixado a criança sozinha no apartamento. Eles passaram uma noite presos e foram libertados na tarde de segunda, após o juiz de plantão André Nicolitt conceder liberdade provisória ao casal.
A delegada titular da 25ª DP (Engenho Novo), Adriana Cardoso Belém afirmou que um perito foi enviado ontem ao condomínio onde aconteceu o acidente para retirar a tela de proteção da janela do apartamento. Segundo a delegada, a intenção é evitar que a família mexa no local.
"O laudo deve ficar pronto em menos de dez dias. Espero que eles sejam punidos de forma exemplar porque não são raras as vezes que a gente vê um pai e uma mãe deixarem crianças sozinhas até mesmo no carro", disse a delegada ontem.