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Recesso no Congresso Nacional faz procura por cirurgias plásticas dobrar em Brasília

R7

 Para muita gente o inverno é sinônimo de preguiça e muita comilança, mas em Brasília há quem aproveite o período para dar uma recauchutada no visual. Segundo o cirurgião plástico e membro da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), Dr. Sérgio Feijó, nesta época do ano, o número de cirurgias plásticas costumam dobrar, conforme explicou o especialista.

— As estações mais frias são ideais para o procedimento de cirurgia plástica. Devido à temperatura amena, a recuperação é mais rápida, a vasoconstrição é maior, o que diminui o inchaço e, como é indicado o uso de malhas modeladoras no pós-operatório, o clima também minimiza o desconforto.

Mas além de contribuir para a recuperação, o período de inverno coincide com o recesso parlamentar no Congresso Nacional. Em Brasília, este período também pode ser chamado de temporada das cirurgias plásticas. Muitas servidoras públicas aproveitam a época de folga para corrigir imperfeições do corpo e voltar de cara e corpo novo ao trabalho.

Denise de Baere é servidora pública no Senado Federal. Ela já passou por duas lipoesculturas, colocou prótese mamária e fez outros pequenos procedimentos cirúrgicos nos olhos e na boca. Antes que o recesso deste ano termine, ela vai operar o nariz para diminuir mais ainda a aparência da idade que, aliás, não tem medo de revelar.

— Vou completar 50 anos no mês que vem e me sinto muito mais nova. Teve gente que me deu até 36 anos. Todas as vezes que faço uma cirurgia penso em mim, no meu bem estar. Mas o melhor disso tudo é que me sinto ótima, de bem com a vida e com a autoestima elevada.

Denise é casada e já levou até as duas filhas para enfrentar o bisturi. Ela diz não ter medo e planeja toda a rotina para poder operar no período do recesso. E não se incomoda com os preços, embora não tenha revelado nenhum.

— Eu gasto em média 30% do meu salário por mês com o meu corpo. Isso envolve cirurgias, procedimentos estéticos, salão de beleza e academia. Adoro chegar ao trabalho e ser elogiada por colegas pelo meu estilo de vida. Quando mostro o resultado da cirurgia, a mulherada fica louca.

De acordo com o Dr. Feijó, 80% de suas clientes são servidoras públicas, além de funcionários de embaixadas. A maioria das mulheres trabalha no Congresso e tribunais. E nesta época ele tem garantia de agenda cheia.

— Eu costumo realizar três procedimentos por semana. No período do inverno, o número dobra. E muitas pacientes são servidoras públicas. Para elas é muito mais fácil porque existe a possibilidade antecipar o 13º salário, retirar a licença prêmio e tem as facilidades do funcionalismo público. Então elas planejam tudo e já vêm prontas para a cirurgia.

Mas o especialista alerta. Toda cirurgia plástica deve ser feita somente após uma análise física e psicológica do próprio paciente. Pois, segundo ele, o resultado está associado principalmente como a pessoa se enxerga.

— Eu digo que além da satisfação de termos feito um bom trabalho, existe o ganho secundário. Que é quando a paciente compara o antes e o depois, e percebe que mudou como pessoa. E é por isso que oriento a paciente a fazer a cirurgia por ela mesma. E não pelo o que os outros ou o marido vai achar.
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