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Na jogo mais importante do ano, Cruzeiro enfrenta o Estudiantes pelo tri da América

Globo Esporte

Confronto entre brasileiros e argentinos define o vencedor de uma edição especial da Taça Libertadores, na noite desta quarta-feira, no Mineirão

Artilheiros de seus times, Wellington Paulista e Boselli são a esperança de gols na decisão Se fosse um filme, talvez o roteiro da final da 50ª edição da Taça Libertadores da América não seria tão perfeito. O desfecho deste ano da competição mais importante do continente coloca dois gigantes sul-americanos frente a frente na disputa do título: Cruzeiro e Estudiantes de La Plata. E independente do resultado, o campeão começa a ressurgir para a glória na noite desta quarta-feira, às 21h50m (de Brasilia), no Mineirão. Os brasileiros voltam à decisão 12 anos depois de conquistarem o bicampeonato, em 1997 - venceram pela primeira vez em 76. Do lado argentino, a espera foi ainda mais angustiante: 38 anos longe do cobiçado troféu. Depois do tri de 68, 69 e 70, Los Pinchas foram parar no fim da fila.

Em um estádio colorido de azul e branco por 64.800 pessoas, os times se enfrentam sem vantagem para qualquer um dos lados. Na semana passada, na Argentina, empate sem gols. Agora, quem vencer leva a taça, que está exposta no local da partida desde segunda-feira. Em caso de empate por qualquer placar, a decisão vai para a prorrogação. Persistindo a igualdade, disputa de pênaltis. Além do duelo mais recente, na fase de grupos os times se enfrentaram e prevaleceu o equilíbrio. No Mineirão, vitória celeste por 3 a 0. No estádio Ciudad de La Plata, 4 a 0 para Juan Sebastián Verón e companhia. Primeira e única derrota celeste até agora.

No ranking de países campeões, a Raposa pode diminuir a vantagem da Argentina sobre o Brasil. A vantagem dos nossos vizinhos é de 21 a 13. Se chegar ao tri, o time de Adilson Batista se iguala ao próprio Estudiantes e a São Paulo, Nacional (URU) e Olímpia (PAR).

Enfim, o grande momento do ano para o Cruzeiro

O jogo da vida. É assim que os cruzeirenses tratam a decisão da Libertadores. No atual plantel celeste, apenas o lateral-esquerdo Sorín disputou uma final e conquistou o título. Foi em 1996, com a camisa do River Plate, da Argentina. E as referências que ele tem para passar aos companheiros são as melhores.

- Mudou a minha vida como jogador. Passa a sensação de que você está mandando no continente e sabe que vai ficar para sempre na história do futebol mundial. O espírito deste grupo é muito bom, o time está unido, com humildade e solidariedade. É o segredo para conquistar títulos. Aquele papo de "já ganhou" todo mundo sabe que não existe aqui. Não tem nada disso. Temos uma final de 90 ou até 120 minutos. Precisamos estar concentrados 150%, e é o que nós temps em mente – ressaltou o argentino, que está relacionado, mas ainda não sabe se ficará no banco.

Wellington Paulista quer sentir o prazer relatado pelo amigo, mas sabe que não será nada fácil.

- Para mim é o melhor time argentino da atualidade. Joguei contra eles na época do Botafogo (em 2008, pela oitavas-de-final da Copa Sul-Americana), mais três vezes neste ano e sei o quanto é difícil. Precisamos ter calma, tranquilidade e perseverança. Temos 90 minutos para tentar ganhar. O negócio é jogar e trabalhar a bola. Nosso time dentro do Mineirão é muito qualificado. Temos de arrumar espaços, pois eles marcam muito bem – afirmou.

O técnico Adilson Batista tem o grupo praticamente completo. A única dúvida na equipe ronda o zagueiro Thiago Heleno, que se recuperou de uma entorse no tornozelo direito, mas ainda está sem ritmo de jogo. Se ele não for escalado, Anderson continua ao lado de Leonardo Silva. O defensor jogou todas as partidas da Libertadores e pede paciência.

- Está todo mundo junto, focado numa decisão. Vamos encarar o adversário com paciência, fazer com que as coisas aconteçam naturalmente. Temos tempo. Não adianta se descuidar da defesa e só atacar. Vamos imprimir o nosso ritmo – garantiu.

O duelo terá um sentido ainda mais especial para o volante Ramires. Será a despedida dele do clube mineiro. Uma semana após a decisão, ele vai se apresentar ao Benfica, de Portugal. A saudade é grande, mas ainda há algo importante a resolver.

- Claro que o coração está apertado por ser a última vez, mas agora é concentrar para conquistar o título – analisou.

'Si, se puede!'

Sim, é possível. No Estudiantes, o clima é de total confiança. No treino desta terça-feira, no Mineirão, muitas brincadeiras, risadas e uma certeza: os argentinos também encaram a decisão como o jogo de suas vidas.

Craque e jogador mais perigoso do Estudiantes, Verón era a imagem da descontração no treino - É a partida mais importante do Estudiantes nos últimos 39 anos. É um título que pode marcar essa geração. Então, temos de jogar com alma, com entrega, mas também com inteligência – pregou o técnico Alejandro Sabella.

O treinador confirma a escalação da equipe do jogo de ida, quarta-feira passada, em La Plata. Ele explica que, com todos os jogadores à disposição, não tem motivos para mudar.

Aos 34 anos, Verón, ou La Brujita, como é chamado na Argentina, comanda o Estudiantes. Dos pés dele saem as principais jogadas ofensivas do time, que tem um jogo de troca de passes característico da escola argentina.

O Cruzeiro precisa ficar de olho em Leandro Benítez, meia de qualidade nas assistências, principalmente quando procura o atacante Boselli, um dos artilheiros da Libertadores, com sete gols.
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