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Notícias / Brasil

Dom Orani Tempesta lamenta morte de Eduardo Campos

Extra

 O arcebispo do Rio, cardeal Dom Orani Tempesta, disse nesta quarta-feira, por meio de nota, estar surpreso com a notícia da morte do candidato à presidência da república Eduardo Campos (PSB). O cardeal esteve reunido com o presidenciável na tarde desta terça-feira, na Arquidiocese de São Sebastião, na Glória, zona Sul do Rio.

Segundo a assessoria da Arquidiocese, Campos e Marina Silva, candidata a vice, se reuniram com o Cardeal às 15h30. A conversa durou cerca de uma hora.

“Conversamos ontem sobre planos e sonhos que ele tinha para o país. Lamento a sua morte neste tempo e nesta circustância e saúdo, com carinho, aos familiares e amigos, rezando para que a confiança na vida eterna console a todos”, disse o arcebispo, em nota divulgada pela Arquidiocese do Rio.

Segurança pública

Segundo O Globo, na saída da reunião com Dom Orani, Campos afirmou que o governo federal precisa aumentar o financiamento de ações de combate à criminalidade e prevenção da violência em todo o país. Segundo o candidato, a União deveria aplicar R$ 6 bilhões a mais no Fundo Nacional de Segurança Pública para financiar projetos de segurança nos estados. O candidato, no entanto, disse que não é preciso fazer mudanças na Constituição para aumentar a ação federal na segurança, atribuição dos estados.

— Não é preciso haver mudanças na Constituição imediatamente. O que precisa é a União colocar mais recursos. De cada 100 reais aplicados em segurança pública no Brasil hoje, apenas 15 reais vêm da União. Se a União arrecada 60% dos impostos e só coloca 15% na segurança, tem algo errado. A União está fora de um tema que é central para a cidadania, que é a segurança. É preciso que o Fundo Nacional de Segurança Pública tenha mais recursos e possa financiar as ações dos municípios, de assistência social, policiamento, gratificação de policiais que reduzirem índices de violência, escola integral, urbanização de certas áreas — disse ele, na ocasião.

Questionado sobre como, se eleito, conseguirá equilibrar o aumento dos recursos federais para segurança com o discurso de austeridade fiscal que tem repetido na campanha, Campos respondeu que vai priorizar o tema. Para o candidato, a violência urbana e rural é um dos maiores problemas do país e precisa de um “pacto” entre municípios, estados e o governo federal para mudar o quadro em que o país registra mais de 54 mil assassinatos por ano.

— É uma questão de prioridade. Não arrumam dinheiro quando os juros aumentam? A cada 1% não arrumam 28 bilhões a mais? Não arrumam dinheiro para colocar nas empresas do setor elétrico? São quase 50 bilhões de reais! E aí não tem dinheiro quando falamos em escola integral ou passe livre? Não tem R$ 6 bilhões para colocar no Fundo Nacional de Segurança? Para umas coisas tem dinheiro. Só não tem para as coisas que interessam à população — disse Campos, sem detalhar muito como seria na prática a sua política de segurança pública. — Não tem como vencer a violência se a União, Estados e municípios não encararem que esse é um desafio para os próximos dez anos.

Acompanhado de sua candidata a vice-presidente, Marina Silva, Campos passou cerca de uma hora e meia com dom Orani, em conversa privada, sem acesso dos jornalistas. Apenas o início da reunião foi registrada por fotógrafos e cinegrafistas. Na saída, Campos descreveu dom Orani como um dos principais líderes da Igreja Católica no país.

O arcebispo já havia recebido Marina durante a pré-campanha e recebeu Aécio Neves, candidato do PSDB, no mês passado.


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