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Preço de jingles políticos pode variar de R$ 500 a R$ 12 mil

R7

 Valores variam de acordo com a região. Campanhas municipais movimentam mais o setor

A cada dois anos, as ruas do Brasil são invadidas por carros de som que circulam tocando as mais diversas combinações musicais. São os jingles políticos, uma das ferramentas mais usadas nas campanhas eleitorais brasileiras.

Aproveitando-se de ritmos do momento e parodiando hits musicais, produtores musicais e compositores aproveitam esta época para fazer dinheiro extra. O R7 conversou com três locutores que trabalham com produção de jingles e mostra como funciona o processo de criação e os valores das peças publicitárias, que variam de acordo com os Estados brasileiros.

Na Bahia, por exemplo, o custo inicial de um jingle está em torno de R$ 1.200, enquanto no Ceará os valores são mais baixos — variam normalmente entre R$ 500 e R$ 800, mas podem chegar a R$ 1.500.

Em São Paulo, o preço pago pelos jingles é mais alto. Com valor inicial de R$ 1.500, os estúdios paulistas podem cobrar até R$ 12 mil, dependendo do processo de criação e dos pedidos dos candidatos.

Ritmos

Os ritmos preferidos pelos candidatos também variam de acordo com a região do País. Segundo os produtores ouvidos pelo R7, o estilo musical mais usado pelos candidatos em São Paulo costuma ser o sertanejo universitário. Já nos Estados do Nordeste, o forró, o xote e o frevo dominam as preferências. No Sul, os produtores dizem que os jingles têm melodias mais emotivas.

As Eleições 2014, em que os brasileiros vão votar para cargos majoritários (presidente e governadores) e para o Legislativo (senadores, deputados federais e deputados estaduais) não estão dando muito trabalho aos produtores. Segundo eles, as campanhas municipais movimentam mais o setor. Nando Pinheiro, produtor que trabalha em São Paulo, lida com jingles desde 2000 e diz que a demanda deste ano está razoável.

— Para deputado estadual e federal a procura é normal. Não é como o pico que tem para prefeito e vereadores.

Sérgio Moura, produtor musical que atua no Ceará, começou a trabalhar com jingles em 2004 e concorda que a demanda não é a mesma das eleições municipais. Atualmente, ele trabalha com uma equipe de quatro cantores para atender aos pedidos.

— Na campanha dos deputados, senadores e governadores, a procura costuma ser menor. Não temos tanto trabalho quanto na campanha municipal, mas tem bastante procura. E a gente atende ao Brasil inteiro pelo site.

Produção

Envolvido com jingles desde 2006, o produtor musical Rafael da Silva diz que, na maioria das vezes, o próprio candidato ou agência já dá as orientações sobre os serviços que contratam. A produção do jingle começa depois de os clientes apresentarem um briefing.

— A gente pergunta o nome e o número do candidato, palavras-chaves e o discurso que ele defende, além do ritmo preferido e a região onde ele vai atuar.

Segundo Nando Pinheiro, existem dois tipos básicos de clientes: aquele que já chega com uma ideia na cabeça e o que não pensou em nada, que “quer que a gente crie tudo, a letra, a melodia e a composição”. Na última eleição, por exemplo, o deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP) apostou em uma paródia de "Macarena".

Neste ano, a campanha da presidente Dilma Rousseff apostou em um forró que chama a candidata à reeleição de "Coração Valente". O jingle do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que disputa a Presidência com Dilma, fala em um novo Brasil que surge e repete ao longo da música: "Bem-vindo".
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