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Taxista suspeito de bater em jovem nega agressão e diz que foi ameaçado

G1

 O taxista suspeito de bater em um jovem de 22 anos na madrugada de domingo (24), em São Paulo, negou a agressão. Em post em rede social, o rapaz, que pediu para não ser identificado, disse que apanhou do motorista depois de discussão sobre a forma de pagamento da corrida. O caso foi denunciado à Polícia Civil.

Segundo o taxista, o jovem se recusou a pagar a corrida. "Ele pediu para parar na esquina e ficava enrolando até que falou 'não posso fazer nada pelo senhor' e tentou sair do carro. Eu segurei a maçaneta e ele ficou forçando e empurrando, fez escândalo, xingando. Até que eu deixei ele sair", disse. Segundo o motorista, a corrida deu em torno de R$ 25.

Para o motorista, o jovem estava alterado. "Eu percebi que ele não estava em um estado normal. Estava bêbado ou tinha ingerido alguma substância química. Ele estava meio estranho."

Procurado pelo G1, o jovem disse que estava sóbrio. "Eu tinha jantado na casa de um amigo, bebi muito pouco, não estava bêbado nem alterado."

Quando questionado sobre os ferimentos do jovem, que diz ter tomado cinco pontos na nuca por causa da agressão, o taxista afirmou que não viu nada e que tinha sido ameaçado pelo rapaz. "Quando ele saiu sem pagar eu abri a minha porta, pus metade do corpo para fora e xinguei ele. Ele me xingou de volta da calçada e disse que ia me ferrar. Mas acho estranho [ele dizer que foi ferido], não vi ele se machucar", disse.

O taxista afirmou que é taxista desde 1986 e que tem uma ficha exemplar. "Se puxar meu histórico no DTP [Departamento de Transportes Públicos], não houve uma só reclamação de passageiro a meu respeito. [...] Ele deve ter ficado irritado, e aí o prejudicado fui eu."

O caso foi registrado 78º DP, no Jardins. O jovem agora tem seis meses para registrar uma queixa-crime, que faria com que a Polícia investigue a suposta agressão. Segundo Paulo Veras, executivo da 99 Táxis (aplicativo usado pelo jovem para pedir o táxi), essa é uma situação atípica. "Nas duas únicas outras vezes que tivemos casos de agressão, não tínhamos duas histórias tão conflitantes", afirmou.

Por precaução, a empresa bloqueou o acesso do taxista ao aplicativo até uma conclusão policial. "Nós temos que prezar pela segurança. Já conversamos com o taxista e ele entendeu que vai continuar sem conseguir usar o app", explicou Veras.

O jovem disse que, apesar de ter registrado um boletim de ocorrência, teme por sua segurança. "Estou com medo porque esse cara não vai preso. Lesão corporal não dá cadeia. Ele tem todos os meus dados, endereço de onde me pegou, de onde me deixou, meu telefone."
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