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Diretor do presídio de Pedrinhas é investigado por emprestar celular a preso

R7

 A Sejap (Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária) do Maranhão instaurou uma sindicância para apurar as circunstâncias em que o diretor do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), Salomão Mota, emprestou seu próprio celular a um dos presos que cumprem pena na unidade. O fato foi gravado em um vídeo tornado público, no fim de semana, pelas redes sociais.

À Corregedoria da secretaria, o diretor Mota disse que o empréstimo do aparelho foi um gesto humanitário. Ele contou ter atendido ao pedido do detento e autorizado o telefonema para que o preso pudesse ter notícias do estado de saúde de sua mãe, hospitalizada em estado grave. Toda a conversa foi acompanhada, garantiu o diretor.

Mota também se defendeu argumentando ter agido com base na Lei de Execuções Penais, que garante ao preso o direito a manter contato externo em casos como esse. Segundo o diretor, o telefonema não foi feito de um aparelho convencional porque os telefones fixos do complexo estão quebrados.

Na segunda-feira (1º), apenas dois dias após a imagem do diretor entregando o celular nas mãos do preso se tornar pública, um grupo de detentos se recusou a receber a comida fornecida pela administração penitenciária, ameaçando dar início a uma greve de fome. A Sejap informou estar negociando com os presos, mas garantiu que eles têm, em suas celas, uma boa quantidade de alimentos entregues por parentes no domingo (31), dia de visitação. A iniciativa dos presos, garante a assessoria da Sejap, não tem nenhuma relação com o episódio do empréstimo do telefone.

Rebeliões e assassinatos têm sido frequentes em Pedrinhas, maior estabelecimento prisional do Maranhão – 14 detentos foram mortos só este ano. O último homicídio ocorreu no último dia 27, no Centro de Triagem da unidade.

Facções criminosas brigam pelo controle do tráfico de drogas no estado e disputam o poder dentro do presídio. Além disso, foi do interior de Pedrinhas que partiram as ordens para que bandidos atacassem delegacias da região metropolitana da capital maranhense e ateassem fogo a ônibus, no início de janeiro deste ano. O episódio resultou na morte da menina Ana Clara Santos Souza, de seis anos.
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