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Notícias / Brasil

Casas do 'Minha Casa Minha Vida' são invadidas por cerca de 100 famílias

G1

 Conjunto com 186 residências ainda não foi entregue em Rio Claro, SP.
Em Aguaí, 64 moradias também foram invadidas na noite de quinta (5).

Um conjunto habitacional financiado pelo Programa 'Minha Casa Minha Vida', do governo federal, foi invadido por cerca de 100 famílias, em Rio Claro (SP). Elas querem ser incluídas no programa de moradia popular. Por telefone, a construtora RPS Engenharia informou que já pediu à Justiça a reintegração de posse. A decisão deve sair até o fim desta sexta-feira (5).

As 186 casas que começaram a ser construídas no primeiro semestre de 2012, no bairro Boa Vista II, foram alvo de vandalismo em maio deste ano, antes mesmo do fim da construção. Mesmo sem calçada, luz elétrica, rede de esgoto e água, as residências foram divididas pelos invasores por meio de escritos nas janelas.

O desempregado Diego de Jesus Odenick, a esposa e a filha chegaram no último domingo (31). “Estou esperando uma casa, mas ninguém dá notíciais, nenhuma solução. Nós não temos lugar para irmos e temos criança pequena”, disse Odenick. As pias ainda estão sem torneira e os tetos sem forro. “A gente usa vela para iluminação e a água nós buscamos em casa de parentes”, contou a esposa Taina Feliz Franco.

A faxineira Aparecida do Carmo Bressani também ocupou uma das casas. Ela contou que já fez vários pedidos para conseguir um imóvel pela Prefeitura, mas nunca foi atendida. “Eu tento faz 33 anos. Sempre faço inscrição, prometem, mas nunca dão. Então, decidi pegar uma casa para mim, porque se todo mundo pegou, eu também posso”, afirmou Aparecida.

A filha de Aparecida também espera por uma moradia desde 2007. “Uma assistente social até entrou na casa em que eu estava morando, que era emprestada, e falou que ia cair. Por isso resolvi sair”, contou Edna de Cássia Bressani.

Para a dona de casa Jéssica Paixão, o conjunto habitacional é inseguro. "A gente dorme bem preocupado porque várias casas não têm portas, nem janelas. Eu encosto um sofá na porta com uma latinha, porque se alguém empurrar, nós acordamos com o barulho”, falou.

Segundo a desempregada Eva Viera, o pedido da construtora é para que desocupem o local o quanto antes. “Além disso, informaram que quem tem cadastro não vai mais poder participar de nenhum programa social do governo”, ressaltou.

Região

Cerca de 100 pessoas invadiram 64 casas populares de um conjunto habitacional no Parque Miguelito, em Aguaí, na noite de quinta-feira (4). O grupo alega que não concorda com a forma de distribuição por meio de leilão das moradias. Nenhuma das residências foi danificada.
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