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Polonês preso em São Gonçalo ficou no Brasil por causa de quatro mulheres

Extra

 A viagem que levou o polonês Jan Jozef Galas Slowakiewicz, de 42 anos, da pacata Nowy Targ para o Morro da Alma, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do estado, teve escala no Recreio dos Bandeirantes e em Campo Grande, ambos na Zona Oeste do Rio. Preso há uma semana acusado de ser o armeiro do tráfico da região, o estrangeiro diz ter ficado no Brasil somente por causa das mulheres.

— Eu amo essas mulheres, são maravilhosas — disse, ao chegar na 74a DP (Alcântara).

Jan contou ter feito parte do Exército de seu país por quatro anos — informação que não consta no Alerta Vermelho da Interpol. Depois de pedir baixa das forças armadas, segundo ele, abriu uma confecção com a ex-mulher, com quem tem uma filha. Já empresário, teria vindo ao Rio a turismo.

Relatou ainda ter se hospedado no Recreio, onde conheceu uma mulata de cabelos cacheados e corpo sinuoso. Se apaixonou por ela e, em dois meses, foram morar juntos.

— Ele se encantou por mim porque eu sou muito bonita, quis ficar no Brasil por minha causa — gaba-se a jovem, em entrevista ao EXTRA.

De lá, o casal mudou-se para Campo Grande e, há um ano, instalou-se numa casa de dois cômodos na viela no número 72 da Rua Xingu, no alto do Morro da Alma. A comunidade é uma das quatro que compõem o conjunto de favelas do Jockey. No último mês, foram nove presos por tráfico no local e, no total, seis armas foram apreendidas.

— A gente chamava ele de gringo — contou uma vizinha.

O destino foi escolhido porque a família da namorada, nascida em Bangu, mora na região. E foi o próprio cunhado quem o denunciou. Gabriel Jerônimo Felipe, de 18 anos, mostrou aos policiais do 7º BPM (São Gonçalo) onde estava o estrangeiro. Na manhã do último domingo, enquanto dormia com a mulher, foi surpreendido pelos militares. Na delegacia, outra moradora do Morro da Alma prestou depoimento. Grávida, disse namorar o polonês há cerca de um ano. Segundo vizinhos, ela estaria sendo usada por ele como barriga de aluguel. O estrangeiro ainda teria relacionamento com outras duas mulheres.

De acordo com a mulher de Jan, os dois ficaram separados por dois meses depois que a jovem descobriu ter sido traída:

— Ele me traiu, eu descobri e achei que era imperdoável. Mas ele é o amor da minha vida e vou fazer de tudo para ficarmos juntos.

A moça nega que conhecesse a ficha criminal do companheiro. De acordo com a Polícia Federal, ele veio para o Brasil depois de ser acusado de tráfico internacional de drogas, sequestro, roubo, uso de documento falso, extorsão e injúria na Polônia. Os crimes aconteceram entre 2006 e 2011 e Jan entrou no país usando um passaporte falso.

Para o delegado José Paulo Pires, titular da 74ª DP (Alcântara), o gringo contou que fazia a manutenção das armas do tráfico havia três meses, para não ser incomodado:

— Ele é muito articulado, frio e extremamente mentiroso. Se faz de vítima para pegar a confiança das pessoas.

De acordo com o comandante do 7º BPM, coronel Fernando Salema, Jan estava com fuzil e uma carabina. Ele foi levado para a Cadeia Pública José Frederico Marques, no Complexo de Bangu.
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