Como forma de ecoar os protestos de junho de 2013, quando milhares de brasileiros foram às ruas por um país sem corrupção, o Partido Humanista da Solidariedade (PHS) decidiu lançar o personagem ‘Macaco Tião’ como candidato a deputado federal em 12 estados do Brasil. Todos esses candidatos estão utilizando a figura do macaco usam o número 3171, uma referência aos políticos corruptos e ao placar da fatídica partida entre Brasil e Alemanha na Copa do Mundo de 2014.
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Em protesto, PHS lança candidatura de “Macaco Tião” em 12 estados
Em Mato Grosso, o ‘Macaco Tião’ seria o servidor público Afonso Melo, que chegou a registrar a candidatura com o apelido, porém, sem o devido respaldo do partido, preferiu não encarnar o personagem durante sua campanha eleitoral.
“Me falaram que seria um voto de protesto, apenas isso, e que depois me passariam os detalhes, mas não veio mais nenhuma informação durante toda a campanha. Há 15 dias que me mandaram um vídeo e um material para em mandar imprimir. Não me deram condições, a estratégia que seria usada, então decidi fazer a minha campanha mesmo, com meu nome, Afonso Melo”, revelou o candidato.
Melo ressaltou que possui mais de 30 anos de trabalho no poder judiciário, é de família grande e possui muitos amigos em Cuiabá. Para ele, a linguagem a ser utilizada na campanha é uma questão de princípio. “Entendo que eleição é coisa séria, não é molecagem. Nunca fui candidato a nada e não quero entrar na política já detonando todo mundo, eu quero é fazer o melhor em prol da sociedade, falar realmente o que eu penso para melhorar a vida da comunidade”, pontuou Afonso Melo.
O responsável pela idealização do projeto, o publicitário Tiago Adaldo, observou que o intuito é repetir feitos como o de Tiririca, Enéias e Ratinho, que foram adotadas como voto de protesto nas eleições que disputaram, obtendo votações impressionantes.
O PHS lançou a candidatura de pessoas comuns utilizando o personagem “Macaco Tião” no Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Tocantins, Pará e no Distrito Federal.
Os candidatos que adotaram a ideia não usaram cavaletes placas e adesivos e terão custo de campanha que representa menos de 1% da média gasta para eleger somente um deputado federal. O principal mecanismo para divulgar os candidatos é o compartilhamento de vídeos em redes sociais. Apesar disso, eles apresentaram estimativas de gastos superiores a R$ 1 milhão.