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Mano Menezes acha eliminação justa e minimiza "dancinha" de atleticanos

Globo Esporte

Para o técnico Mano Menezes, o Corinthians mereceu perder por 4 a 1, para o Atlético-MG, nesta quarta-feira, em Belo Horizonte, e ser eliminado da Copa do Brasil na fase de quartas de final. Após a partida no Mineirão, o comandante destacou que, mesmo após a vantagem conquistada (o Timão venceu por 2 a 0 o jogo de ida e ainda saiu à frente no placar nesta quarta), a equipe não soube se portar em campo, principalmente na marcação, e acabou sofrendo a virada.


- Acho que o resultado foi justo. O Atlético-MG foi superior ao Corinthians mesmo com nosso time tendo feito o que manda a cartilha: vantagem de 2 a 0 em casa e sair na frente fora como fizemos.  Nosso primeiro tempo foi muito ruim, depois do gol não conseguimos encaixar a marcação, não conseguimos ter posse de bola, não conseguimos quase nada e permitimos a virada ainda no primeiro tempo, com muita facilidade.


Mano Menezes também falou sobre a comemoração dos atleticanos após o jogo, quando os jogadores começaram a dançar igual a ele depois do gol de Luciano, no primeiro confronto com o Galo, em São Paulo.


- Quem está alegre tem o direito de comemorar. Eu estava alegre na Arena Corinthians e não era nenhum desrespeito ao Atlético-MG.

Veja os principais tópicos da entrevista de Mano:

Nervosismo do time

- Não era necessário ficar nervoso com o primeiro gol do Galo. O nervosismo tem a ver com a incapacidade de fazer uma boa marcação naquele momento. O Atlético rodava muito bem a movimentação, dava um volume de jogo que não conseguíamos neutralizar. Fizemos melhor no primeiro tempo, mas pecamos com a última bola. O Atlético foi feliz e fez o 4 a 1.


Reclamação de Cássio

- É uma frase inoportuna para o momento. Você está de cabeça quente, não é bom fazer conceitos definitivos. Óbvio que temos jogadores iniciantes em uma grande equipe. Mas não devemos conduzir a eles uma derrota grande como essa. Nós, o comandante e os jogadores mais experientes, precisamos assumir uma parcela muito maior. Logo o Corinthians vai ter um grupo com capacidade de ser campeão. Não acho justo atribuir a outros jogadores. O momento é de silêncio. É a melhor coisa para que respeitemos a dor que nosso torcedor está sentindo neste momento. Temos de sentir junto com ele.

Instabilidade emocional e sequência


- Ainda não estamos pensando no jogo seguinte. Não temos condições de fazer nenhum tipo de previsão. Temos de conviver com a derrota, que foi dura. E os jogadores que têm esse tipo de comportamento, como o Paolo (Guerrero, que saiu chorando após a derrota), são vencedores e não admitem derrotas como essa. Mas elas acontecem no futebol. E hoje aconteceu.


Utilização de selecionáveis

- São situações diferentes para cada atleta. Tardelli saiu com 20 minutos do segundo tempo no jogo da seleção brasileira. Atacante você pode dosar mais. É um jogador leve, que desgasta menos. Provavelmente teve uma viagem mais tranquila que Elias, que não conseguiu dormir. E Gil é mais pesado, é zagueiro. Conversamos e combinamos que se houvesse necessidade na segunda parte usaríamos, como fizemos com Elias. Não é por isso que deixamos escapar a vaga. Deixamos escapar como equipe. Perdemos como equipe. Não perdemos individualmente.

Gil e Elias se colocaram à disposição?

- Nós tivemos a conversa com os jogadores e a decisão foi em função dessa conversa. Todo o departamento está bem consciente disso. Já sabíamos, só esperamos a chegada para saber em que condição iriam chegar. As decisões foram tomadas baseadas nisso.


Falta de peças de reposição?

- Falar isso nesse momento é transferir para situações que não temos de transferir. Sabíamos, quando tomamos algumas decisões, que riscos elas poderiam trazer. Futebol é isso. Quando você toma decisão, tem de pensar bem e assimilar bem. Com esse grupo chegamos aqui, abrimos vantagem de 2 a 0 no primeiro jogo, aumentamos a vantagem e tínhamos capacidade de passar. Não fomos competentes como equipe, nosso adversário foi melhor.


Vantagem criada


- Você não pode deixar virar tão cedo. Não aproveitamos a vantagem de 3 a 0. Se alguém deveria sentir, deveria ser o adversário. Deixamos de jogar boa parte do primeiro tempo. Não é uma questão só de cabeça. Se fosse só isso seria muito fácil. É jogo de futebol, passe, movimentação. Uma série de coisas. Tanto que fomos tomar o terceiro gol, do Guilherme, muito adiante. Voltamos coma equipe bem controlada emocionalmente. Foi futebol.


Como será o Brasileirão?

- Teremos de fazer resultados mais significativos da reta final. Temos de aproveitar quando tiver data da Copa do Brasil para fazer uma recuperação melhor, para ter resultados fora de casa como fizemos diante do Cruzeiro, no Campeonato Brasileiro.


Dava para ganhar a Copa do Brasil?


- O Corinthians tinha condição de ser campeão. Se olharmos para a composição do banco e prestarmos atenção nos setores da equipe, vamos ver que talvez tenha nos faltado experiência em um setor específico. Não adianta colocar experientes fora de posição porque a equipe se ajustou assim. Nos últimos jogos tenho repetido até as alterações, como fiz com Luciano, com Danilo entrando no lugar do Renato, que estava no limite do desgaste. É a montagem que vai continuar. O Corinthians precisa pensar na evolução dessa equipe, e você só avalia em jogos grandes. Para saber aqueles que continuam, que têm capacidade de evolução, para você continuar apostando. Não tem jeito. As trajetórias são assim, serão assim sempre.


Vaga na Libertadores como obrigação

- Tem de fazer tudo para conquistá-la. É o objetivo. Estamos sempre muito próximos ou dentro dos quatro que vão conquistar a vaga. É isso que temos de fazer.
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