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Dono e funcionários de clínica são presos suspeitos de torturar internos

G1

O dono e dois funcionários de uma clínica de reabilitação de dependentes químicos foram presos, na sexta-feira (17), suspeitos de torturar e obrigar os internos a trabalhar no estabelecimento, em Itumbiara, no sul goiano. Um dos 15 pacientes, Fábio dos Santos Borges se emocionou ao lembrar das agressões sofridas. “Quando quebrei a mandíbula, acordei apanhando. Eles batiam com pau, algemavam até afogar, já chegaram a afogar muitos”, disse o homem.

Procurado, o outro responsável pela clínica não atendeu às ligações até a publicação desta reportagem.

A Polícia Civil começou a investigar o local após denúncias de familiares dos internos. No momento da vistoria, 15 pacientes estavam no local, sendo que três deles estavam gravemente machucados e foram resgatados. O trio de feridos foi encaminhado à delegacia para prestar depoimentos.

Internado há seis meses na clínica, Rafael Borges, 34 anos, está com um hematoma no rosto e precisou dar cinco pontos no supercílio. Ele conta que era forçado a fazer trabalhos braçais. “Rotina de carrinho de mão, encher de água a caixa d´agua, tanque de água”, diz.

A polícia constatou que, assim como Rafael, todos os internos eram obrigados a trabalhar. “Eles eram forçados a cavar buracos, a limpar cisterna, chiqueiro e isso foi materializado pelos agentes que tiraram fotos do local”, afirmou o delegado responsável pelo caso, Lucas Finholdt.

Os policiais apreenderam na clínica materiais que eram usados nas agressões, entre eles cassetete de madeira, um cabo de machado, algema, dois simulacros de arma de fogo, uma faca, dois facões e uma foice sem cabo. Segundo Lucas, ele vai pedir na Justiça o fechamento da clínica.

O proprietário do estabelecimento e os dois funcionários devem responder pelos crimes de tortura, cárcere privado qualificado e lesão corporal. Segundo o delegado, caso sejam condenados, eles podem ser sentenciados a cumprir, pelo menos, 16 anos de prisão.
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