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Jovem que teve nádegas dilaceradas passa pela primeira cirurgia em GO

G1

Pele da parte de trás das coxas foi retirada e colocada na área atingida.
Principal suspeita é que ex-marido tenha atacado a vítima com uma faca.

A jovem de 20 anos que teve as nádegas dilaceradas a facadas passou pela primeira cirurgia de reconstituição na tarde desta quarta-feira (5), no Hospital Alberto Rassi (HGG), em Goiânia. O procedimento foi para a colocação de enxertos de pele na área ferida. A principal suspeita é que a moça tenha sido atacada pelo ex-marido em Anápolis, a 55 km da capital, onde mora.

O procedimento durou três horas e foi considerado um sucesso pela equipe medica. "Foi uma cirurgia muito bem sucedida. Nessas duas semanas que ela esteve conosco, ela teve uma evolução muito favorável do ponto de vista clinico e também das condições locais da ferida. A expectativa é sempre que ela tenha uma ótima recuperação", disse o chefe da Seção de Cirurgia Plástica do HGG, Sérgio Augusto da Conceição.

Para a realização do procedimento, foi retirada pele da parte de trás das coxas e colocada nas nádegas. De acordo com o cirurgião, com esse processo, foi possível cobrir 100% da área dilacerada. Ainda durante o procedimento, foi utilizado um aparelho para aumentar as chances de sucesso no enxerto. "O aparelho faz um vácuo entre a pele e o enxerto, aumentando a adesão da pele na área das nádegas e diminuindo as chances de rejeição", explicou o médico.

Segundo o cirurgião, após a cirurgia, foi feito um curativo para imobilizar a área, que deve ser trocado em cinco dias. “É complicado falar em prazos, mas depois de concluída essa etapa, com toda a área cicatrizada, é que vamos fazer novas análises do local e do ferimento. A previsão inicial é que ela passe por uma nova cirurgia daqui a seis meses”, ressaltou. Sobre a recuperação total da área, o médico enfatizou: “voltar ao que era antes, não há mais possibilidade. Ela vai ter uma sequela naquela área para o resto de sua vida”.

Desde que foi transferida para o HGG, no dia 22 de outubro, a jovem é atendida por uma equipe multidisciplinar, que envolve psicóloga, nutricionista, fisioterapeuta e fonoaudiologista.  "Ela tem acompanhamento com essas especialidades por já estar a muito tempo internada. Teve que fazer uma traqueostomia em Anápolis, além do grande trauma que ela sofreu" disse Rogéria Cassiano, diretora de serviços multidisciplinares do HGG.

A jovem segue internada na enfermaria do hospital, acompanhada sempre por um familiar. A paciente ainda se recusa a falar sobre o caso e relatar o ocorrido. "Ela ainda esta processando todos os acontecimentos. Cada paciente tem um tempo para isso. No momento, ela esta vivenciando muito mais o tratamento e a recuperação", disse Rogéria.

Porém, a diretora ressalta que, embora ela não queira falar sobre como ocorreu o ferimento, ela não tem sinais de depressão. "Embora a jovem não fale do assunto, ela teve uma ligação e receptividade grande com todos os profissionais, atendendo as orientações dos médicos”, explicou.

Crime
O crime aconteceu no dia 19 de agosto, quando a jovem foi internada em estado grave no Hospital de Urgências de Anápolis (Huana). Em função das lesões, ela foi levada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde permaneceu até o dia 11 de setembro. Depois disso, ela continuou internada na enfermaria da unidade à espera de uma vaga em um hospital público especializado no tratamento que precisa. A vaga saiu no último dia 22, quando ela foi transferida para o HGG.

Segundo o tio da garota, Aias Alves, que prestou depoimento no dia 21, o ex-namorado é o principal suspeito da agressão. “Ele já tinha a agredido outras vezes e, inclusive, ameaçado de morte”, relatou.

De acordo com o delegado regional de Anápolis, Álvaro Cássio dos Santos, apesar da afirmação dos familiares, a jovem alega que foi vítima de um acidente de trânsito. “Ela demonstra estar com medo, mas, pelos ferimentos, temos indícios sobre a agressão”, disse. Ele explica que tanto a hipótese de agressão quanto a do acidente são investigadas.

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