O governador eleito Pedro Taques (PDT) teve o voto mais caro do país entre os governadores eleitos no primeiro turno. É o que aponta um levantamento feito pelo jornal
Correio Braziliense com base nas prestações de contas divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) essa semana. O senador pedetista gastou R$ 29 milhões e obteve 833 mil votos. Cada voto do pedetista, segundo o levantamento, custou R$ 35,46.
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Correio, Taques explicou que os custos de campanha estão relacionados ao tamanho do estado de Mato Groso, o que demanda deslocamentos que podem superar mil quilômetros. “Isso foi em razão do tamanho do estado, dos custos de transporte para a campanha”, justificou.
O futuro governador destacou, no entanto, o grande volume de doações de pessoas físicas que contribuíram para sua campanha. “A nossa recebeu quase R$ 9 milhões de pessoas físicas. Foi o maior percentual de doações de pessoas físicas. Também doamos para candidatos a estaduais e federais quase R$ 8 milhões. Ajudamos a eleger 11 estaduais e cinco federais com o dinheiro”, disse o pedetista
Em 2010, Silval Barbosa (PMDB) também teve o voto mais caro entre os eleitos, com cada voto custando o equivalente a R$ 28,00. Naquele ano, ele declarou ter gasto R$ 21.277.864,23 e conquistou 759.805 votos.
Segundo o jornal, ‘o preço médio das campanhas dos governadores eleitos em 1º turno em 2014 ficou em R$ 21,08 milhões, valor cerca de 18% maior que o registrado em 2010, quando as campanhas dos 18 governadores eleitos em primeiro turno custaram, em média, R$ 17,7 milhões. Em alguns casos, a arrecadação não acompanhou o aumento de gastos, sobretudo para os derrotados nas urnas. Candidato do PT ao governo de São Paulo, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, por exemplo, deixou a campanha com um débito de cerca de R$ 24 milhões'.
Logo abaixo de Taques aparece o governador eleito de Alagoas, Renan Filho (PMDB), com R$ 25,18 gastos por voto. Nessa conta, o voto mais barato pertence a Geraldo Alckmin, com apenas R$ 3,30 gastos por cada um dos cerca de 12,2 milhões de votos obtidos.
Cientista político pela Universidade de Brasília (UnB), o professor João Paulo Peixoto explica que é preciso considerar a dimensão do estado, a qualidade do material produzido durante a campanha e a quantidade de propaganda. “Governadores que disputaram a reeleição, por exemplo, precisam desembolsar menos dinheiro para se tornarem conhecidos. Eles geralmente já têm uma vitrine a apresentar. Outros, porém, precisam fazer um esforço maior.”
É o caso do petista Fernando Pimentel em Minas Gerais. Para interromper os 12 anos de hegemonia tucana no estado, o candidato empregou cerca de R$ 52 milhões, segundo informações declaradas ao TSE, e está entre as campanhas vitoriosas mais caras do país no 1º turno. Desses, R$ 13,9 milhões foram aportados pela Direção Nacional do PT.
A segunda campanha mais cara entre os governadores também pertence a um petista, o baiano Rui Costa. O sucessor de Jaques Wagner empregou cerca de R$ 45 milhões para obter os 3,5 milhões de votos que o elegeram. Em terceiro lugar, vem o governador reeleito de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin, com R$ 40,3 milhões. O tucano, aliás, ficou pouco à frente dos adversários na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes: Padilha gastou cerca de R$ 40,2 milhões, e Paulo Skaf (PMDB) torrou R$ 29,1 milhões.
Os cinco votos mais caros do país
Pedro Taques MT PDT R$ 35,46
Renan Filho AL PMDB R$ 25,18
Marcelo Miranda TO PMDB R$ 20,11
Rui Costa BA PT R$ 12,7
Fernando Pimentel MG PT R$ 9,72
Os cinco maiores gastadores
Fernando Pimentel MG PT R$ 52.168.318,02
Rui Costa BA PT R$ 45.259.424,64
Geraldo Alckmin SP PSDB R$ 40.394.332,54
Beto Richa PR PSDB R$ 29.677.127,81
Pedro Taques MT PDT R$ 29.568.458,37
* O levantamento foi realizado apenas com informações dos governadores eleitos no primeiro turno.
*A assessoria do pedetista corrigiu a informação que Pedro Taques foi 4° em gastos. O governador eleito foi o quinto.