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Dilma adia o anúncio da próxima equipe econômica do governo

G1

Com a expectativa, a Bovespa fechou em alta de 5%, a maior desde 2011.
Previsão de alta do PIB reduziu 1% e da inflação subiu de 5% para 6,10%.

O governo adiou o anúncio tão esperado dos nomes da próxima equipe econômica, mas a expectativa mexeu com os mercados.

Eram 18h quando a presidente Dilma Rousseff deixou o Palácio do Planalto. Terminava aí a  expectativa da divulgação dos nomes dos novos ministros. O Salão Leste do Palácio do Planalto chegou a ser  preparado para o anúncio.

A possibilidade de uma equipe econômica de perfil mais técnico, com nomes como o do ex-secretário do Tesouro, Joaquim Lewy; Nelson Barbosa, ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda; e Alexandre Ttombini, atual presidente do Banco Central, foi bem recebida pelo mercado.

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em alta de 5%, a maior  desde 2011. As ações da petrobras subiram 11%. Já o dólar caiu 2,26% e fechou o dia cotado a R$ 2,51.

No Palácio da Alvorada, a presidente se reuniu com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ela também foi à capela da residência oficial. Mais cedo, havia recebido o senador Armando Monteiro, do PTB de Pernambuco.

Após o fechamento dos mercados, o governo divulgou novos números sobre a economia. A previsão de crescimento foi reduzida mais uma vez, de 0,9% para 0,5%. Já a estimativa para a inflação subiu de 6,2% para 6,45%, próximo do teto da meta, que é de 6,5%. Para 2015, a mesma coisa.

A previsão de crescimento do PIB diminuiu de 3% para 2% e a da inflação subiu de 5% para 6,10%.

O governo também anunciou  a nova meta de superávit primário. A economia feita para pagar os juros da dívida, em vez de R$ 90 bilhões, a expectativa, agora,  é de que o valor chegue a R$ 10 bilhões. Mas a legalidade dessa redução depende do Congresso, que ainda precisa aprovar o projeto de lei que permite ao governo abater da meta inicialmente estipulada, os gastos com as obras do pac e a redução de impostos.

OS DESAFIOS

Esses números que a gente acabou de ver na reportagem traçam um cenário difícil para a próxima equipe econômica.

O crescimento do PIB, por exemplo, se for mesmo de 05%, vai ficar bem abaixo do que conseguimos nos últimos anos. Com a indústria enfraquecida e o consumo das famílias desacelerando, o governo vai ter que achar formas de estimular a economia. Isso sem descuidar da inflação, que saiu de 5,59% em janeiro para 6,59% em outubro.

Os novos ministros da Fazenda e presidente do Banco Central terão que mantê-la, pelo menos, abaixo dessa linha, que marca o teto da meta: 6,5%. Dá para ver que a atual equipe não cumpriu isso em alguns meses de 2014.

A terceira missão é arrumar as contas públicas. O esforço do governo para economizar, ter uma sobra no caixa pra pagar os juros da dívida, aparece aqui nestes anos. Em 2014, por enquanto, não poupamos nada e ainda gastamos um dinheiro extra, equivalente a 0,4% do PIB. Por tudo isso, já deu pra perceber: a largada vai ser difícil.

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