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'Esfarrapada', diz pai sobre versão de hospital para sumiço de bebê no RS

G1

Depois de ter de reconhecer o corpo do filho que morreu nesta segunda-feira (29) aos cinco meses de vida, o auxiliar de parrillero Max Carvalho da Silva ficou revoltado com a versão dada pelo Hospital Universitário de Rio Grande, município da Região do Sul do Rio Grande do Sul, para o desaparecimento do corpo da criança. Segundo confirmou a própria instituição, o corpo do menino que havia nascido de forma prematura ficou desaparecido por mais de cinco horas, até ser localizado por volta das 22h.

A direção da casa alegou que o erro foi supostamente protagonizado por funcionários de uma funerária que levaram o corpo sem autorização. "Para mim é tudo desculpa esfarrapada. Mais nos enrolam do que dão a alternativa certa", retrucou Silva.

Segundo o hospital, a criança nasceu há 10 dias e, desde então, estava na UTI neonatal. Nesta segunda, a família foi comunicada sobre a morte. Quando o pai da criança providenciava o enterro, por volta das 17h, funcionários do local informaram que não conseguiam encontrar o corpo.

O homem diz ter ouvido do hospital que o corpo havia sido transferido para a Santa Casa de Rio Grande e, de lá, levado a uma funerária. "A direção do hospital alegou que, devido a muito calor, o corpo tinha sido transferido para a Santa Casa, porque não tinha outro lugar para deixar, já que ele era muito franzininho, tinha 5 meses. Como lá tinha outros bebês, pode ter sido um equívoco, e o corpo foi levado para a funerária, mas não disseram pra onde", afirmou.

Após ser comunicado do encontro do corpo, teve de reconhecer o filho. "Foi horrível. Tive que fazer o reconhecimento do corpinho dele, abrir numa geladeira muitas horas depois. Não tinha necessidade", disse o auxiliar de parrillero.

A Polícia Civil informou que não pretende instaurar inquérito para investigar os responsáveis pelo erro. A família, porém, prometeu que exigirá reparos morais. O hospital é considerado referência em parto de alto risco na Região Sul do estado e é hoje a única instituição que disponibiliza UTI para recém-nascidos no município. "Espero que uma atitude seja tomada para que mais nenhum pai e nenhuma mãe passe por isso", afirmou Silva.
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