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Notícias / Ciência & Saúde

Ministra da Saúde do Chile renuncia após declarações polêmicas sobre aborto

EFE

A presidente do Chile, Michelle Bachelet, aceitou nesta terça-feira (data local) a renúncia da Ministra da Saúde, Helia Molina, horas depois de ela ter dado declarações polêmicas sobre o aborto, uma prática considerada ilegal no país.

Em entrevista ao jornal "La Segunda", Helia disse que "em todas as clínicas cuicas (elegantes), muitas famílias conservadoras realizaram abortos em suas filhas. As pessoas com mais dinheiro não precisam de leis porque têm os recursos".

A renúncia foi confirmada pelo porta-voz do governo, Álvaro Elizalde.

— Devemos informar que a ministra Helia Molina apresentou sua renúncia para evitar polêmicas artificiais que possam distrair o governo da tarefa de melhorar a saúde de todos.

Ele acrescentou que a presidente, antes de aceitar a renúncia da ministra, expressou seu reconhecimento pela contribuição de Helia e sua extensa trajetória profissional. Essa é a primeira mudança no governo chileno desde que Bachelet assumiu seu segundo mandato em 11 de março deste ano. Em entrevista ao "Canal 13", Helia afirmou que não se arrepende de nada que disse.

— Só me preocupo se prejudiquei o governo. Não vou desdizer nada. Estou feliz por ter trabalhado com a presidente Bachelet. Renunciei porque não quero prejudicá-la e vou apoiá-la até o último minuto, onde quer que eu esteja.

Em maio, Bachelet anunciou um projeto para descriminalizar o aborto em três situações — estupro, incompatibilidade do feto com a vida e risco de morte da mãe —, mas a proposta ainda se concretizou.

De acordo com uma pesquisa realizada pela empresa Adimark, 71% dos chilenos são favoráveis ao aborto nos casos propostos pelo governo. 
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