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‘Não vamos governar trancados nos gabinetes’, diz Pimentel em MG

G1

O novo governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), pontuou como a prioridade em seu mandato o lançamento de um novo modo de governar. “O maior desafio é mudarmos o conceito de governo aqui em Minas Gerais [...] Não vamos governar trancados nos gabinetes”, disse. Ele afirmou que quer ser lembrado como o governador que implantou um governo participativo. “Não farei o governo do eu, mas o governo do nós, de todo nós”, afirmou Pimentel durante o discurso.

O  chefe do executivo mineiro e o vice, Antônio Andrade (PMDB), foram empossados em solenidade na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte na manhã desta quinta-feira (1º). A execução do Hino Nacional ficou a cargo do rapper mineiro Flávio Renegado, que participou ativamente da campanha de Pimentel e da presidente Dilma Rousseff.

Pimentel explicou que a escolha do secretariado equilibrou dois fatores: a representação política e competência técnica. Entretanto, o governador não comentou a indicação dos nomes. Um dos escolhidos por Pimentel é José Afonso Bicalho, que vai estar à frente da Secretaria de Estado da Fazenda. Na Justiça, ele é réu no processo do mensalão tucano.

Pimentel afirmou acreditar que 2015 é um ano promissor. “Sabemos que vai ser um ano de ajustes necessários para o estado e para o país, mas um ano promissor. Nós estamos muito animados, nós vamos trabalhar intensamente para que, no fim de 2015, a gente comemore um ano ganho e não um ano perdido”, declarou.

Como uma das prioridades, ele apontou a criação dos conselhos regionais, que terão participação da população. "Nós vamos começar efetivamente a criar os conselhos regionais de governo, conselhos de participação popular, em todas as regiões do estado. Nós vamos mudar o conceito de governar, nós não vamos governar trancados nos gabinetes", afirmou.

Nos momentos iniciais do discurso após ser empossado, Pimentel falou sobre o simbolismo democrático da cerimônia de posse e exaltou a democracia. Após dizer a frase “viva a democracia!”, ele se emocionou e, com voz embargada, fez homenagem àqueles que lutaram pela redemocratização do Brasil – os “sonhadores do passado”, segundo o novo governador de Minas Gerais.

Assim como na entrevista coletiva, o governador voltou a pontuar no discurso como considera a importante a condução de um governo com participação da sociedade. “Não acredito que, no mundo de hoje, grupos encastelados possam decidir o destino de milhões  de pessoas [...] Não farei o governo do eu, mas o governo do nós, de todo nós”, disse.

Ao fim de sua fala no plenário da Assembleia, ele conclamou a todos a participar da construção do governo de Minas Gerais e disse que quer ser lembrado por um governo participativo.

“Eu confesso, para encerrar, que somente poderei me sentir verdadeiramente realizado, sentimento de missão cumprida, se conseguir avançar em transformações, que permitam, um dia, ser lembrado como o governador que liderou o governo da participação. Como aquele mineiro que assumiu o governo, um dia, trabalhou com humildade e determinação e, quando foi embora, deixou uma forma de governar mais aberta, mais moderna, mais participativa. Quando foi embora, deixou um governo de todos, de Minas e das Gerais, de Minas Gerais. Que Deus nos proteja e nos guie nesta tarefa”, finalizou.

Eleito governador de Minas Gerais em primeiro turno para os próximos quatro anos, Pimentel obteve 5.362.870 votos, o que equivale a 52,98% do total. Pimenta da Veiga (PSDB) foi o segundo colocado com 4.240.706, isto é, 41,89%.

Esta é a primeira vez que o PT elege um governador do estado desde a criação da legenda. O petista substitui Alberto Pinto Coelho (PP), que assumiu o governo em abril, após renúncia de Antonio Anastasia (PSDB) – que deixou o cargo para se candidatar ao Senado, sendo eleito. O estado foi governado pelos tucanos durante os últimos 12 anos.

Fernando Pimentel
Fernando Pimentel é natural de Belo Horizonte e tem 63 anos. Economista, foi secretário municipal de Planejamento da capital, vice-prefeito de Célio de Castro e prefeito por duas vezes, sendo que na primeira assumiu a prefeitura quando Castro adoeceu. Em fevereiro, deixou o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do governo Dilma para concorrer ao Executivo estadual.

Antônio Andrade
Antônio Andrade é ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e atual presidente doPMDB-MG. Natural de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, ele é produtor rural e engenheiro civil. Filiado ao partido desde 1987, foi prefeito de Vazante, no Noroeste de Minas, de 1989 a 1992. Elegeu-se consecutivamente deputado estadual em 1994, 1998 e 2002. Na ALMG, foi 1º-secretário da Mesa Diretora de 2003 a 2006. Em 2006, foi eleito deputado federal, sendo reeleito em 2012.

Secretariado
O governador eleito de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), anunciou nesta terça-feira (3) por meio de nota os nomes que vão compor o secretariado. Integrantes do Partido dos Trabalhadores ficaram com a maioria das pastas, seguidos por nomes do PMDB – partido que compõe a chapa eleita com o vice Antônio Andrade. A equipe de Pimentel tem nomes que o acompanham desde a Prefeitura de Belo Horizonte como Murilo Valadares (Transporte e Obras) e Helvécio Magalhães (Planejamento). O ex-ministro Nilmário Miranda vai ser o responsável pela pasta dos Direitos Humanos. Veja todos os nomes.

Propostas
Entre as propostas de campanha de Pimentel, está a adoção de uma nova política fiscal para reestruturar os cofres do Estado. Na área da educação, o petista pretende universalizar os ensinos infantil, médio e profissionalizante, criando mais vagas de tempo integral, valorizando o professor e cumprindo o piso nacional.

Na saúde, o novo governador declarou que vai investir os 12% previstos em lei, consolidar o programa do governo federal Mais Médicos e criar carreiras de estado para profissionais do setor. A construção de Centros de Especialidades Médicas pelo estado também estão entre as promessas de Pimentel.

Na segurança, o governador quer ampliar o efetivo e reequipar as policias que trabalharão de forma complementar. Ampliar ações de combate ao tráfico de drogas também faz parte das propostas.

Pimentel ainda afirmou acreditar que 2015 é um ano promissor e apontou a criação dos conselhos regionais, que terão participação da população, como uma das prioridades.
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