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Notícias / Ciência & Saúde

Homem supera depressão e elimina 85 kg: 'Era emagrecer ou morrer'

G1

Após passar por um período de depressão e atingir os 160 kg, um homem de Santos, no litoral de São Paulo, conseguiu mudar sua rotina alimentar que, aliada à prática de exercícios, lhe permitiu emagrecer 85 kg. Atualmente com 75 kg, o jornalista Maycow Montemor, de 30 anos, conta que precisou mudar sua forma de pensar sobre a obesidade para, enfim, conseguir alterar seus hábitos e perder peso.

Segundo Maycow, ele chegou a ultrapassar o estado de obesidade mórbida, fato que lhe deixou seriamente preocupado. “Eu sempre fui uma criança gordinha, mas na adolescência decidi emagrecer. Fui magro quando jovem, pesava 69 kg. Fiquei assim até os 19, 20 anos, quando comecei com um quadro de depressão. Eu descontava todos os meus sentimentos de tristeza e agonia na comida. Estava comendo muita porcaria e em muita quantidade, sem praticar atividades físicas. Cheguei aos 27 anos com 160 kg, com o organismo todo estragado, princípio de diabetes, hepatite e excesso de gordura no rim e no fígado. Fiquei preocupado com a minha saúde. Entrei em um programa do canal GNT em janeiro de 2012, perdi peso durante três meses. Quando terminou, voltei a engordar. Cheguei no grau 3 de obesidade, acima de mórbida. Eu estava com 2,10m de abdômen. Fiquei em choque com o que eu estava fazendo com o meu corpo. O médico falou que era emagrecer ou morrer”, conta.

O jornalista tentou outros métodos para emagrecer, porém, não obteve sucesso. Ele chegou a cogitar uma cirurgia de redução de estômago, descartada quando os resultados da dieta começaram a aparecer. “Coloquei um balão no estômago, achei que ia ser a solução da minha vida, mas comecei a beber e acabei ganhando peso por outro lado. Foram 16 meses nesse método, quando decidi tirar o balão, continuava gordo. Estava com 130 kg e a minha barriga caindo”, diz.

Com o sobrepeso, Maycow decidiu passar por uma cirurgia plástica para tirar o excesso de pele, o que, para ele, foi fundamental na batalha contra a balança. “Fiz a plástica e isso me empolgou muito. Saí com uma vaidade que não tinha quando entrei para fazer a cirurgia. O pós-operatório foi complicado, mas foi algo que me empolgou, e comecei a me cuidar. A partir disso, minha vida mudou”, afirma.

Para o jornalista, o passo mais importante é admitir que o problema existe. “Não engordei do dia para a noite, foram nove anos. Da mesma forma, não emagreceria do dia para a noite, só conseguiria se tivesse calma e dedicação. Decidi trocar pequenos momentos de prazer por uma vida feliz. Para isso, foi fundamental a presença da minha terapeuta e de todos os médicos que me ajudaram, como o endócrino. Ele é um médico muito jovem, confiei muito nele por termos praticamente a mesma idade. Em um processo tão grande, ou você confia neles ou não vai ter sucesso. A minha nutricionista sempre foi uma das mais bravas, mas sempre traçou um compromisso comigo. Esse compromisso era meu com ela, dela comigo, meu com o endócrino, e essa ‘teia’ fez com que eu tornasse viável o que iria acontecer. Tracei uma obrigação comigo mesmo e, hoje em dia, tudo se tornou um hábito”, explica.

Apesar dos sacrifícios feitos no início do processo, Maycow destaca que não sofre mais com a mudança radical. “Levou três anos, três estágios diferentes. Os dois primeiros anos foram bem restritos. Fiz um ano e parei, fiz o segundo ano e parei de novo. No terceiro, passei a fazer atividades físicas. A dieta muda e tem que ser feita com reforço, para você não 'tombar' na academia. Sempre que vou malhar, como arroz e feijão. Você tem que ter consciência corporal, pois assim sua vida muda. Você não deve comer como se não houvesse amanhã. É fundamental entender isso. É comer para viver, apenas. Lógico que, por exemplo, nas festas de fim de ano, eu comi de tudo. Mas com moderação, sabendo que não posso passar do ponto. É um processo de reeducação. Com o tempo, é algo que fica tão normal que você nem sente mais que é uma dieta. Atualmente, quando vejo as minhas fotos, acho assustador. Eu não me via daquele tamanho. Eu não era feliz. Tinha picos de alegria e depressão. Me sinto diferente. Hoje eu aprendi que errar faz parte, mas o que você não pode é não tentar, e se permitir ter uma vida melhor, mais saudável”, conclui.
 
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