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Próxima edição do Charlie Hebdo pode ter até 3 milhões de exemplares

R7

Até 3 milhões de cópias do jornal semanal Charlie Hebdo poderão chegar às bancas nesta semana, superando a sua tiragem normal de 60.000, em resposta ao aumento da demanda pela primeira edição da publicação satírica desde os ataques mortais de militantes islâmicos na semana passada.

Dezessete pessoas, incluindo jornalistas e policiais, foram mortas em três dias de violência, que começou em 7 de janeiro, quando militantes invadiram a redação do Charlie Hebdo durante uma reunião editorial regular e mataram a tiros cinco de seus principais cartunistas.

O jornal Libération, que hoje abriga temporariamente as operações do Charlie Hebdo, divulgou a primeira página da edição de 14 de janeiro pelo Twitter nesta segunda-feira. A capa traz uma imagem do profeta Maomé segurando uma placa que diz "Je Suis Charlie" ("Eu Sou Charlie") abaixo da manchete "Tout est Pardonne" ("Tudo é Perdoado").

Um lote inicial de 1 milhão de cópias estará disponível na quarta-feira e quinta-feira, disse Michel Salion, um porta-voz do MPL, que distribui o jornal Charlie Hebdo. Um lote adicional de 2 milhões poderá, então, ser impresso, dependendo da demanda.

"Temos pedidos de 300.000 cópias em todo o mundo, e a demanda continua aumentando a cada hora", disse Salion, acrescentando que o jornal normalmente tinha apenas 4.000 clientes internacionais.

"Um milhão (de cópias) vai (ser impresso). A partir de quinta-feira provavelmente será tomada a decisão de imprimir cópias extras... Então nós vamos ter um milhão, mais dois (milhões) se for necessário."

No domingo, pelo menos 3,7 milhões de pessoas saíram às ruas para participar de marchas em toda a França em apoio ao Charlie Hebdo e à liberdade de expressão. Em Paris, líderes mundiais caminharam de braços dados à frente de 1 milhão de cidadãos numa demonstração sem precedentes de homenagem às vítimas.

A nova edição do Charlie Hebdo, conhecido por seus ataques satíricos ao Islã e outras religiões, incluirá caricaturas do profeta Maomé, de políticos e outras religiões, disse seu advogado, Richard Malka, à rádio France Info mais cedo.

Salion afirmou que, normalmente, 60.000 cópias do Charlie Hebdo eram impressas e que, geralmente, apenas 30.000 exemplares eram vendidos.

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