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Suspeito de atropelar e matar grávida diz que teve medo e não tinha CNH

G1

A Polícia Civil localizou, nesta terça-feira (20), o suspeito de ter atropelado e matado a adolescente Giovanna Bernardini Miron, de 16 anos, na altura do Km 280 da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, em São Vicente, no litoral de São Paulo. O pintor de paredes Luiz Alberto Agostinho, de 27 anos, foi encontrado em sua casa, em Mongaguá, também no litoral paulista. Apesar de ter admitido o envolvimento no episódio, o suspeito não ficou preso. A previsão é que o inquérito sobre o caso seja finalizado ainda nesta semana.

O crime ocorreu no dia 19 de dezembro do ano passado. Giovanna e o namorado tentavam atravessar a rodovia quando foram atropelados. O motorista não prestou socorro e, segundo testemunhas, xingou as vítimas. Os jovens foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Samambaia, em Praia Grande. A adolescente, que estava grávida de um menino, não resistiu aos ferimentos e morreu. Já o namorado, apesar de ter sofrido apenas ferimentos leves, ficou em estado de choque.

Segundo a polícia, o suspeito admitiu em depoimento ter atropelado Giovanna e deu a sua versão sobre o motivo de não ter socorrido a vítima. “Assim que conseguimos chegar até ele, depois do trabalho de investigação, o suspeito não negou participação no episódio. Questionado, ele se disse arrependido. Falou que passava com o carro próximo à passarela e que, quando houve o acidente, chegou a descer do veículo, mas não a socorreu porque viu pessoas se aproximarem do carro e teria ficado com medo”, diz o delegado Norberto Donizeti Bergamini.

No entanto, segundo o delegado, além do atropelamento e omissão de socorro, há uma agravante, o pintor de paredes não possui carteira de habilitação. “A versão que ele apresentou em depoimento pode ser um meio de defesa, porém, fugir do local e não ter habilitação dificulta mais sua situação. O carro foi apreendido, para que sejam feitos os exames periciais, que devem confirmar algumas informações já presentes no inquérito”, relata.

Com o depoimento de Agostinho, o inquérito deve ser concluído e o suspeito indiciado por homicídio culposo – aquele em que não há a intenção de matar –, omissão de socorro e direção sem habilitação. “Vamos consultar os laudos e fechar o inquérito policial, com todas as provas, para que a Justiça possa proceder com a denúncia”, destaca.

Apesar de o suspeito pelo atropelamento ter sido identificado, ele não ficou preso no 3º Distrito Policial (DP) de São Vicente, onde o caso foi registrado. “Ele não ficará detido, pois tecnicamente é réu primário, apesar de ter passagem policial por roubo, e por estar colaborando com as investigações. Até que a Justiça tome uma decisão, ele poderá responder em liberdade”, conclui Bergamini.
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