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Notícias / Ciência & Saúde

SES divulga dados da Hanseníase e destaca importância do tratamento precoce

Da Assessoria/SES

Mato Grosso registrou 2.557 novos casos de hanseníase até novembro de 2014, número que pode ser alterado até março deste ano, devido o fechamento do banco de dados do Programa Estadual de Controle da Hanseníase, da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Em 2013, o número registrado foi de 2.934, com detecção de 94,18 casos por 100 mil habitantes. Esse índice embora hiperendêmico, pode ser compreendido como resultado das ações de busca ativa e intensificação do exame de contatos, realizado pelas equipes de saúde. 

A campanha publicitária deste ano contra a doença, lançada pelo Ministério da Saúde, nesta quarta-feira (21.01), com o tema “Hanseníase: quanto antes você descobrir, mais cedo vai se curar”, tem como foco a conscientização da população para o diagnóstico precoce da doença e a divulgação do tratamento. O Dia Mundial de Combate à Hanseníase é comemorado no último domingo do mês de janeiro, a data foi instituída pela Organização Mundial de Saúde (OMS). 

Uma das doenças de pele mais antigas da história da medicina, a hanseníase apesar de mostrar declínio, ainda é considerada um problema de saúde pública. Causada pelo bacilo Mycobacterium Leprae (M. Leprae), ela é uma doença crônica e infecciosa, que afeta especialmente a pele e os nervos. 

O diagnóstico da doença ainda é tardio, fator esse que contribui para a manutenção da cadeia de transmissão, além de aumentar as chances de deixar o paciente com incapacidades físicas. O preconceito e o estigma da hanseníase estão ligados, em grande parte, a essas sequelas adquiridas pela detecção tardia e também pela falta de tratamento. Em Mato Grosso, 6,10% de indivíduos apresentaram alguma incapacidade física no momento do diagnóstico. 

Para a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da SES, Flavia Guimarães Dias, o diagnóstico tardio é um desafio ao desenvolvimento das ações de controle efetivo do agravo. “O diagnóstico precoce e o incentivo ao tratamento regular e ininterrupto é importante para que se obtenha a cura sem deixar incapacidades, físicas e sociais”, ressalta. 

A SES tem incentivado ações para alertar a população, os profissionais e o poder público da dimensão da hanseníase. Atualmente, praticamente todos os municípios desenvolvem ações de prevenção e possuem programas de controle da doença. 

Durante o ano de 2014 a Secretaria, em parceria com a DAHW (Associação Alemã de Assistência aos Hansenianos), desenvolveu nas principais regiões do estado capacitações para todos profissionais do SUS. As capacitações locais periódicas contribuem para que os profissionais tenham subsídios que facilitem identificar, diagnosticar e tratar a doença. 

De acordo com dados preliminares, divulgados pelo Ministério da Saúde, o Brasil registrou em 2014, 24.612 casos novos de hanseníase, com taxa de detecção geral de 12,14 por 100 mil habitantes, contra 31.044 casos detectados em 2013. 

Já a taxa de cura da doença teve um aumento de 21% no país. Em 2003, 69 % das pessoas que faziam tratamento para hanseníase se curaram. Em 2014, esse número saltou para 84%. 
Mato Grosso apresenta valores parciais considerados regulares segundo os parâmetros deste indicador, com 77,03% de cura, registrados no ano passado. 

O QUE É HANSENÍASE? 

A hanseníase é uma doença crônica e infecciosa, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae (M. Leprae). Acomete fundamentalmente a pele e os nervos periféricos, que pode repercutir em perda da sensibilidade protetora da pele, do tônus e da força muscular, muitas vezes irreversível, levando o indivíduo à incapacidade física. Além de atingir órgãos como os olhos, o nariz, as mãos e os pés. 

O aparecimento dos sintomas é lento, pode variar de nove meses até 20 anos, com média de cinco anos, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). O diagnóstico é essencialmente clínico, realizado nas unidades básicas de saúde ou pelas equipes do Programa de Saúde da Família, e a medicação é doada pela Organização Mundial de Saúde e distribuída através do Ministério da saúde para os Estados. 

Apesar de ser uma doença crônica de caráter transmissível e insidioso, a hanseníase evoluiu ao longo dos anos, possibilitando a cura total, sem sequelas, após tratamento ambulatorial que pode variar de seis a 12 meses. Após iniciado o tratamento a pessoa não transmite mais a doença. Alguns fatores, como o uso de água tratada, prática de saneamento básico, condições habitacionais confortáveis, podem diminuir a ocorrência da doença.
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