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Sem pronunciamento da Conmebol, Gallo lamenta caso de racismo

Gazeta Esportiva

Após perder para a Argentina por 2 a 0 pela Sul-Americana sub-20, o Brasil desceu para o vestiário com algumas preocupações em mente. A primeira delas é a busca da liderança no hexagonal final da competição, no qual a Seleção figura em quarto lugar, último classificatório. Com a derrota, o Brasil já se vê longe de levantar o caneco. "Agora é pensar na classificação do mundial, porque o título vai ficar difícil", disse o atacante Marcos Guilherme em entrevista ao canal Sportv.

A partida ainda foi marcada por incidentes desagradáveis. Além dos gols da Argentina, os minutos finais do jogo também tiveram queda de energia no Estádio Parque Central. Outra situação que deixou os brasileiros abalados foram ofensas racistas proferidas pela torcida adversária, que chamava alguns jogadores de "macacos".

"A gente fica triste pelo jogo, porque isso aí acontece mesmo. Ficou normal, hoje em dia. Ninguém tem mais respeito por ninguém. Não gosto nem de falar isso. Vamos focar no jogo", afirmou Marcos Guilherme à emissora.

Já o técnico da Seleção, Alexandre Gallo, lamentou a situação, mas manteve o foco na partida em si e na recuperação canarinha na competição.

"É lamentável, muito ruim isso. A gente vem aqui para jogar futebol. Agora o racismo, é lamentável", avaliou o treinador. "Agora, o foco nosso é pensar na classificação".

A partida - Gallo analisou o jogo como muito difícil para ambas as equipes. "O jogo se desenhou brigado, como sempre é um jogo diante da Argentina. É um jogo muito parelho, muito igual, os dois times tentando jogar com muita marcação, contra ataque, velocidade, acho que fizemos um final de primeiro tempo melhor que eles", comentou.

A mudança de postura no segundo tempo, segundo o técnico, foi fruto de uma modificação em campo que ‘acabou não dando certo’. "O Gerson é muito importante pra nós, mas pelo primeiro tempo que ele fez, sentimos uma queda nele no aspecto físico (no segundo tempo). A ideia foi justamente entrar com o Nathan e com o Gabriel, dois jogadores de velocidade, de muita técnica, pra qualificar nossa transição meio campo-ataque, até porque os jogadores Wallace, (Lucas) Evangelista e o próprio Gerson, são jogadores de uma cadencia, mas a ideia era acelerar o jogo", disse.

"Agora é ir para cima do Peru para conseguir a nossa classificação", concluiu.

Postura da Conmebol - Mesmo com os casos de racismo flagrados no estádio, a Conmebol ainda não se pronunciou sobre o incidente deste domingo. A entidade já havia publicado uma nota oficial em seu site na quinta-feira passada, pedindo por jogo limpo e anunciando o início de uma campanha contra este tipo de situação.

"O Regulamento Disciplinar da Conmebol, em seu esforço por garantir a luta contra a violência e o racismo, contém o marco legal que permite que os Órgãos Disciplinares estabelecidos ao efeito, possam impor as sanções perante atos que atentem contra estes princípios. A Conmebol não cessará nesta luta nem permitirá que a dignidade humana seja eludida com o pretexto de uma contenda esportiva e assegurará que todas as ferramentas legais sejam utilizadas para garanti-la, com a imposição das sanções previstas", dizia um trecho do comunicado.

"Com este fim, nos jogos que restam do Campeonato, a Conmebol implementará uma campanha para proteger estes valores, com a participação de jogadores das equipes e dos árbitros, trabalhando na formação inicial de ambas as Seleções no campo de jogo antes do início das partidas, um cartaz alusivo respaldando estes princípios de luta contra a violência e o racismo", afirmou a entidade no pronunciamento. 
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