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PF aponta indício de lavagem de dinheiro em fazendas de Dantas, diz jornal

Agência Estado

Relatório da Polícia Federal (PF) aponta sete indícios de lavagem de dinheiro, que levaram o juiz da 6ª Vara Criminal Federal, Fausto Martin de Sanctis, a decretar o sequestro do complexo agropecuário do banqueiro Daniel Dantas - 27 fazendas e 453 mil cabeças de gado, segundo informações publicadas pelo jornal "O Estado de S. Paulo" na edição desta quinta-feira (23).

No relatório final da Operação Satiagraha, a PF sustenta ter identificado “situações irregulares ou suspeitas” nas atividades de Dantas no setor rural - como “o fato de um funcionário das fazendas enviar ao Opportunity faturas do governo do Pará relativas à compra de madeira e gado”, de acordo com a reportagem.

O jornal cita ainda outro indício: “a indicação de que o pagamento das despesas das fazendas seria feito uma parte 'por dentro', devidamente contabilizada, e outra sem a emissão de nota fiscal”.

A fazenda Santa Bárbara controla, por meio da Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, todas as propriedades. O relatório da PF citado pelo jornal informa que a Caravelas Participações, “que tem capital social integralizado no valor de R$ 10 mil, repassou à Santa Bárbara, no período de 14 de agosto de 2001 a 29 de novembro de 2002, o montante de R$ 3.427.958,13”.

A PF cita como indícios de lavagem a ocorrência de registro dos funcionários, tanto pela Santa Bárbara quanto pela Alcobaça Consultoria e Participações - empresa de Dantas e de sua irmã, Verônica Dantas, que tem participação societária na Santa Bárbara Xinguara -, e a existência de “diversas conversas” entre pessoas do Opportunity e funcionários das fazendas com objetivo de conciliar Adiantamentos para Futuros Aumentos de Capital (Afacs).

Suspensão do sequestro


A Santa Bárbara informou, em nota, que “age e sempre agiu em conformidade absoluta com as disposições legais que regem a prática de suas atividades”.

Segundo a empresa, “todas as suas operações, aquisições de terra e compra e venda de gado estão rigorosamente documentadas, contabilizadas e declaradas aos órgãos públicos responsáveis”. A Santa Bárbara sustenta que a comercialização de seu rebanho é integralmente acompanhada da correspondente nota fiscal e Guia de Trânsito Animal (GTA).

A advogada Dora Cavalcanti disse que ingressará nesta quinta (23) com “medidas judiciais cabíveis” para tentar suspender o sequestro. “Daniel Dantas não faz parte da composição da agropecuária”, anotou ela.

O secretário da Fazenda do Pará, José Raimundo Trindade, esclareceu que “a gestão atual nunca comprou gado nem madeira de qualquer empresa, considerando que o Estado não compra esse tipo de mercadoria”. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
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