Imprimir

Notícias / Cidades

Obras do VLT podem colocar em risco segurança de pousos e decolagens no Aeroporto de Cuiabá

Da Redação - Wesley Santiago

As obras do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) na avenida João Ponce de Arruda, em Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá), não estão de acordo com os padrões e poderão interferir na operação de pousos e decolagens do Aeroporto Internacional Marechal Rondon, localizado no município. Os serviços neste local já foram finalizados pelo Consórcio VLT. As informações são do jornal Diário de Cuiabá.

Leia mais:
Comprados há 15 meses, vagões de R$ 500 milhões do VLT estragam ao relento; Veja fotos
 
A avaliação foi feita pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), que é vinculado ao Ministério da Defesa e ao Comando da Aeronáutica. O laudo, que foi entregue a extinta Secopa (Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo) em setembro do ano passado, reprovou os projetos da Estação Couto Magalhães, de uma subestação de energia de 4.7 megawatts e da rede de catenárias – postes que fornecem energia para os vagões – que ficam próximas a cabeceira da pista do aeroporto.
 
“A Aeronáutica emitiu parecer desfavorável à implantação do trecho norte da infraestrutura para o VLT (...) em função de efeito adverso à segurança e a regularidade das operações aéreas e prejuízo operacional inaceitável”, disse em nota a Aeronáutica. Quando o Decea recebeu os projetos, as obras já estavam em andamento ou concluídas.
 
De acordo com o laudo, as estruturas de alimentação elétrica do novo modal, se mantidas onde estão, irão causar interferências perigosas no sistema conhecido como DME (sistema de rádio que auxilia na navegação aérea durante a aproximação da aeronave no aeroporto). Também foi apontado que a altura das catenárias e da própria estação de passageiros é inadequada.
 
Com isto, a manutenção das construções irá interferir na chamada rampa de aproximação das aeronaves. Para que não haja problemas com os pousos e decolagens, seria preciso deslocar a cabeceira da pista cerca de 300 metros à frente da posição atual. Porém, tal medida reduziria o tamanho da pista em 13%.
 
Através de sua assessoria de imprensa, o Gabinete de Projetos Estratégicos (GPE) informou que aguarda a apresentação de alternativas por parte do Consórcio. Entre as opções, estariam o rebaixamento da fiação e a remoção da estação de passageiros Couto Magalhães e da subestação de energia número 2. O Consórcio VLT não foi localizado para comentar sobre o assunto.

Vale lembrar que várias irregularidades foram constatadas nas obras de implantação do VLT em Cuiabá e Várzea Grande. O Olhar Direto tem publicado diversas matérias relatando os problemas em diversas construções realizadas pelo Consórcio VLT. A estimativa do Governo do Estado é que o novo modal possa custar R$ 1,8 bilhão aos cofres públicos.
Imprimir