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José de Abreu é Juscelino Kubitschek em filme de Zelito Viana

Terra

Antes trancafiado nos livros escolares, Juscelino Kubitschek, para os jovens, era só mais um dos inúmeros presidentes da República. Faz pouco tempo que sua imagem tornou-se conhecida pelo público, graças à minissérie JK, de Maria Adelaide Amaral. Essa imagem pessoal do político - mesmo que sua história tenha altos e baixos - se repete em Bela Noite Para Voar, filme de Zelito Viana, que estréia nos cinemas brasileiros nesta sexta-feira. 

O filme acompanha 24 horas da vida de Juscelino Kubitschek (José de Abreu), pouco tempo após ser eleito. Visto como o "homem que não pára", ele divide seu dia entre vôos pelo interior do Brasil e a obsessão pela Princesa (Mariana Ximenes), amante que mantinha em Belo Horizonte. Com a agenda cheia, o presidente ignora, por completo, que os militares planejam um golpe de estado contra ele - o mote principal do filme.

Bela Noite Para Voar é livremente inspirado no livro de Pedro Rogério Moreira e, assim como a obra, o roteiro mostra a relação de Juscelino com outros políticos marcantes na história nacional, como o opositor Carlos Lacerda (Marcos Palmeira) e até o caricato Jânio Quadros (Cassio Scapin).

Misturando drama e alguns breves momentos de humor, Zelito Viana usa sua câmera de forma didática, para deixar explicados todos os momentos que aparecem no livro. A trilha sonora densa é usada para delimitar alguns acontecimentos chave no decorrer da história, o que dá o tom de trama policial, aquém ao conteúdo político.

No início da projeção, alguns diálogos podem parecer caricatos demais, quase teatrais, especialmente quando o presidente entra em cena. José de Abreu, no entanto, vai diluindo sua forma de atuar e acaba cativando, aos poucos, o público. Os trejeitos de Mariana Ximenes trazem sobriedade à Princesa, papel que ela se sai muito bem.

Com a pouca divulgação nos meios de comunicação, Bela Noite Para Voar não deve fazer muito alarde no País, mas não deixa de ser um filme importante, que se esforça em levar um pouco do que teria sido Juscelino nos anos dourados.
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