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Notícias / Cultura

Fãs de Iron Maiden colecionam discos e histórias

Terra

Mais que discos, camisetas e shows, os fãs da banda Iron Maiden colecionam histórias que vão do inusitado ao macabro. Da euforia de um fã ao receber os parabéns pelo aniversário da boca do ídolo Bruce Dickson, à produção de fotos "artísticas" com crianças ensangüentadas e decapitadas, os adoradores da banda se manifestam e se divertem das mais diferentes formas. São fãs que, na maioria dos casos, conheceram a banda na década de 80, quando ainda eram adolescentes. Em 1985 o Iron Maiden fez seu primeiro show no Brasil, no Maracanã, durante o Rock'n Rio.

"Desde que comprei o primeiro disco, Killers, no começo dos anos 80, não parei mais. Lembro também de reproduzir desenhos inspirados nas capas dos discos e espalhar pela casa", disse o arquiteto Roberto Gambarato, de 38 anos, que até hoje guarda alguns de seus desenhos.

Outro fã que se encantou com a banda na década de 80 foi Carlos Campos, de 33 anos, que trabalha como supervisor de atendimento. Ele acompanhou o show de 1985 pela TV e, de lá pra cá, já foi pessoalmente a quatro shows. "Agora estou indo para meu quinto", diz Carlos, orgulhoso, referindo-se ao show em São Paulo deste domingo. Ele montou uma banda cover dos ídolos, o Maiden-X, que toca os principais sucessos de todas as fases da banda. "É, a gente curte muito! E hoje temos mais liberdade, o heavy metal é mais aceito. Antes era duro, minha mãe odiava, suava toda só de ouvir o som na vitrola", lembrou ele, que em sua banda cover é um dos três guitarristas. Além de ter todos os discos (o que inclui os ao vivo), o supervisor, roqueiro e músico é também um colecionador. "Tenho pelo menos umas 15 camisetas da banda no meu armário", disse.

Um pouco mais novo que a média ¿ mas não menos fã ¿, o estudante Rafael de Barros, de 21 anos, tem um site sobre a banda há quatro anos e é também o criador de um fã clube do Iron no Brasil. Ele, que é também membro do fã clube britânico, criado desde o surgimento da banda, disse que sua experiência mais emocionante foi quando o vocalista Bruce Dickson o parabenizou por seu aniversário, em seu programa na rádio BBC. "Mandei umas perguntas por e-mail que ele respondeu ao vivo, só isso já foi muito legal. E, no dia do meu aniversário, ele, do nada, disse meu nome e me parabenizou! Acho que pegaram a data em meu cadastro no site, só pode ser. Mas isso foi muito emocionante mesmo!", lembra Rafael. "É uma coisa que não dá para explicar, só quem é fã mesmo que sabe", completou.

Bom, talvez Rafael possa então entender as motivações do arquiteto Roberto Gambarato que, há mais de 20 anos, ainda adolescente, mobilizou os primos para a produção de fotos macabras em uma espécie de homenagem às capas dos discos da banda. "Fizemos um jantar macabro. Coloquei minhas priminhas segurando facas com catchup e meus irmãos em volta da mesa. A mesa, da casa de nossa avó, era vazada no meio, aí colocamos um priminho meu por baixo dela, só com a cabeça aparecendo, mordendo uma maçã, como se estivesse decapitado. Foi tudo muito divertido, pelo menos até nossos pais descobrirem", diverte-se Roberto ao lembrar.

Idolatria e negócios
Com 46 anos, o comerciante Wilton Marchini é mais que um simples fã da banda. Dono de uma loja que vende discos, CDs e artigos de rock, em Americana, interior de São Paulo, Wilton Roqueiro, como é conhecido, organiza caravanas para os shows toda vez que a banda vem ao Brasil. "Para este domingo, já fechamos quatro ônibus e duas vans", comentou ele, que vai ver a banda pela quinta vez ao vivo. Wilton disse ainda que as músicas do Iron Maiden são as mais tocadas em sua loja. Para quem se interessar, o site da loja do roqueiro também vende e entrega camisetas da banda em todos os Estados do País: www.hmrock.com.br.

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