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Notícias / Ciência & Saúde

Lula propõe reunião de países da América Latina com OMC para discutir gripe suína

ABr

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs, hoje (24), a realização de uma reunião entre ministros da saúde latino-americanos, laboratórios farmacêuticos e a Organização Mundial da Saúde (OMS) para tratar da quebra de patentes de medicamentos e vacinas contra influenza A (H1N1) – gripe suína. A sugestão foi feita durante a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e dos Estados Associados, que se realiza neste momento em Assunção.

O encontro ocorreria em torno do dia 10 de agosto, em Quito, no Equador, paralelamente à cúpula de líderes da União das Nações Sul-Americanas (Unasul). Ontem (23), ministros da saúde e de desenvolvimento social da região já haviam tratado sobre o tema, que deve constar na declaração final dos presidentes.

Lula também falou sobre os efeitos da crise econômica mundial na região, frisando que os países sul-americanos não foram tão afetados porque não seguiram a cartilha das instituições multilaterais e apostaram no fortalecimento do Estado. “A mão invisível do mercado não foi capaz de oferecer soluções economicamente responsáveis e socialmente justas. Foi a mão visível do Estado que começou a retirar a economia mundial da beira do abismo”, discursou o presidente.

“No Brasil, por exemplo, mantivemos e fortalecemos os bancos públicos e um Estado regulador vigoroso, que impediu a repetição da aventura financeira praticada nos centros do capitalismo mundial”, afirmou, destacando ser necessário assegurar também os níveis de emprego e produção.

O presidente alertou, no entanto, que é preciso evitar a adoção de medidas protecionistas, que ganharam força após a crise. Em resposta às críticas dos sócios menores quanto às barreiras impostas ao livre-comércio na região, Lula lembrou que no primeiro semestre de 2009 as importações brasileiras dos demais sócios do Mercosul alcançaram o recorde de cerca de US$ 15 bilhões.

“Nosso processo de integração ainda se defronta com dificuldades, mas os críticos da integração regional não podem desconhecer certas realidades. Foi graças ao dinamismo do comércio sul-sul, e em especial do comércio intramercosul, que conseguimos atenuar o impacto decorrente da redução da demanda dos países desenvolvidos”, ponderou.

Na avaliação de Lula, a integração não avançará se os benefícios do desenvolvimento não forem distribuídos de forma “solidária e equilibrada” entre os sócios. “Nenhum de nossos países pode se desenvolver separado de seus vizinhos. Não pode haver ilhas de prosperidade cercadas de mares de desigualdade”, afirmou.
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