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Notícias / Ciência & Saúde

Tecnologia avançada de análise química ajuda a flagrar remédios falsos

G1

Elas estão em vários lugares, são vistas nas séries policiais, nos laboratórios de perícia e nos aeroportos em cada ponto de checagem. São os espectofotômetros de massa, usados para identificar a composição química de evidências policiais e nos aeroportos, para encontrar traços de explosivos. Essa tecnologia, que antes estava somente disponível em laboratórios de pesquisa, ganhou espaço no mundo diário.

Agora, um professor no Georgia Tech Institute, de Atlanta, nos Estados Unidos, quer utilizar esses aparelhos para combater um problema que vem crescendo em todo o mundo. A falsificação e o tráfico de medicamentos se tornou uma praga que assola especialmente os países em desenvolvimento. A Organização Mundial da Saúde já admitiu, há 3 anos atrás, que mais de 25% dos medicamentos vendidos no mundo podem ser falsos. O comércio de remédios falsificados para malária, por exemplo, coloca em risco o esforço para combater essa doença. A malária mata 2 mil crianças por dia, somente na África.

O professor Fernández, da Georgia, faz parte de um grupo informal de cientistas que se juntou à Interpol para tentar identificar a fonte dos medicamentos falsos. A falsificação de medicamentos cresce na mesma medida em que o tráfico de drogas ilícitas é combatido. Como as penas para a falsificação são menores do que para o tráfico de drogas, o transporte e a distribuição mais simples, as estruturas criminosas estão migrando para esse nicho.

Uma observação dos estudiosos foi de que, contrariamente ao que se costuma acreditar, os medicamentos falsificados não contêm somente farinha ou açúcar. Os remédios de araque trazem uma pequena quantidade de substância ativa, em quantidade inferior à necessária sempre. Mas mesmo essa pequena quantidade pode ser identificada pelo espectofotômetro e sua fonte geográfica identificada, como se fosse uma assinatura, facilitando o combate aos bandidos. Esse esforço mostra como as tecnologias e diversas áreas do conhecimento podem trabalhar juntas combatendo problemas de saúde pública globais.
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