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Em operação de fiscalização, Vigilância Sanitária recolherá salgados de pastelarias do Rio

O Globo

A Vigilância Sanitária do Rio inicia, nesta quinta-feira, uma grande operação de fiscalização nas pastelarias da cidade. Segundo o superintendente do órgão, Luiz Carlos Coutinho, a ação terá duração de 30 dias e foi planejada após a publicação de uma reportagem do GLOBO, no último sábado, sobre chineses que estariam sendo mantidos em cárcere privado dentro de pastelarias, em situação análoga à escravidão. Em uma delas, procuradores do Ministério Público do Trabalho encontraram carne de cachorro congelada, que estaria sendo utilizada na produção dos salgados vendidos no estabelecimento. De acordo com Coutinho, pastéis serão recolhidos e enviados para um laboratório, que irá checar a procedência das carnes usadas nos alimentos, além de fazer análises químicas e microbiológicas.

EM BLITZES, SUJEIRA E BARATAS

O superintendente participou da operação desencadeada pelo Ministério Público do Trabalho em 2013 e foi um dos fiscais que descobriram corpos de cães acondicionados dentro de caixas de isopor nos fundos de uma pastelaria em Parada de Lucas, onde um jovem era mantido em cárcere privado.

— Desde então, realizamos vistorias nessas pastelarias. Interditamos três em Vila Isabel e outras em diversos bairros. Tudo que tiver recheio será coletado — explicou Coutinho.

O Procon também informou que iniciará uma série de operações com foco em pastelarias. O diretor de fiscalização do órgão, Fábio Domingues, afirmou que, além dos problemas relativos à falta de higiene, constatou que, em alguns estabelecimentos de propriedade de chineses, funcionários apresentavam um comportamento estranho, o que poderia estar relacionado a condições de trabalho escravo.

— Encontramos em algumas lojas grande quantidade de baratas, assim como situações que indicavam que funcionários poderiam estar sendo escravizados. Fiz denúncias para o Ministério Público do Trabalho e a Polícia Federal — disse.
De acordo com Domingues, os clientes precisam estar atentos e observar se o estabelecimento tem um aviso na parede com o telefone do Procon (151), conforme determina o Código do Consumidor. Ele ainda alerta que as pessoas precisam verificar as condições de higiene do local, principalmente do balcão e da vitrine onde ficam os alimentos:

— Se o consumidor estiver desconfiado, ele deve exigir que o responsável pela lanchonete o leve para visitar a cozinha. A lei determina, inclusive, que tenha um comunicado avisando ao cliente que ele tem esse direito.

O Disque-Denúncia (2253-1177) informou que, após a reportagem do GLOBO, recebeu duas ligações dando conta de trabalhos análogos à escravidão em pastelarias.

 
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