Imprimir

Notícias / Brasil

Irmã diz que família não tinha contato com noivo de Amanda Bueno

G1

A irmã da dançarina de funk Amanda Bueno, esteve no Instituto Médico-Legal de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, na manhã deste sábado (18), para pedir a liberação do corpo da jovem de 29 anos, que será enterrada em Goiás, seu estado-natal. Valsirlândia Lopes Sena negou que soubesse que a irmã era vítima de violência doméstica por parte do noivo Milton Severiano Vieira, conhecido como Miltinho da Van.

Ela contou que a família nunca esteve envolvida em casos de violência doméstica. "Tanto eu quanto a minha irmã evitamos contar para a nossa mãe assuntos de relacionamentos devido ao estado de saúde frágil que ela tem", disse Valsirlândia.

A dançarina de funk Amanda Bueno foi morta pelo noivo na tarde de quinta (16), na casa onde o casal vivia, no bairro da Posse, em Nova Iguaçu. Imagens de câmeras de segurança da residência mostraram o momento em que ela foi agredida e levou tiros no rosto. As imagens também mostraram a fuga de Milton, armado com três pistolas, um revólver e uma espingarda calibre 12. Ele rendeu e roubou o carro dos funcionários da empresa de monitoramento que cuidava do sistema de segurança da casa.

Sobre Milton, a irmã de Amanda contou que eles estavam juntos há seis meses, mas ela não costumava comentar detalhes sobre o relacionamento com o controlador de linhas de van com a família. "A gente não conhecia o Milton. Ninguém chegou a conhecê-lo".

Ainda assim, Valsirlândia afirmou que o relacionamento da família com Amanda era muito próximo, principalmente com a filha da dançarina, Emily, de 11 anos, fruto de um relacionamento anterior. “A filha amava incondicionalmente a mãe e elas tinham um relacionamento muito bom. Apesar da distância, elas se falavam todo dia”.

A última vez que Valsirlândia viu Amanda foi no mês de fevereiro, quando a ela viajou à Goiás para o enterro do pai de Emily. A jovem veio morar no Rio de Janeiro para trabalhar como dançarina de funk, em um mercado mais promissor. “Ela morava no Rio há três anos em busca de um sonho, para dar uma qualidade de vida melhor para a mãe e para a filha”, contou a irmã da vítima.

Valsirlândia lembrou que a família teve a confirmação da morte pela imprensa. “A família recebeu a notícia, mas não tínhamos a confirmação que era ela. Só tivemos mesmo à noite, no noticiário”.

A irmã relatou ainda que a mãe da vítima pensou em vir ao Rio, mas não teve condições. “A mãe não pode vir liberar o corpo porque está em choque, ela está traumatizada”.

O corpo de Amanda foi liberado e deve ser enterrado na cidade de Trindade, em Goiás, no domingo (19). Por fim, Valsirlândia pediu que o responsável pela morte da irmã seja punido de maneira exemplar. “Agora nós só queremos justiça”.

Milton Severiano Vieira está preso na Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, em Belford Roxo. Ele admitiu o crime e disse que teve um "surto", segundo o seu advogado. Ele deve ser transferido para o Complexo Penitenciário de Bangu este sábado (18).

*Sob supervisão de José Raphael Berrêdo
Imprimir