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Peter Jackson fala sobre ‘District 9’ no festival de cultura pop Comic-Con

Da Associated Press

O produtor Peter Jackson (E), o ator Sharlto Copley (C) e o diretor estreante Neill Blomkamp (E) na apresentação de 'District 9' (Foto: Mario Anzuoni/Reuters)
Como diretor da trilogia “Senhor dos Anéis” e produtor do filme “Hobbit”, a ser lançado, Peter Jackson teve uma acolhida de herói na sexta-feira (24) quando deu as caras no Comic-Con, o festival de cultura pop que segue até este domingo (26), em San Diego, Califórnia. “Eu gostaria de poder engarrafar todo esse poder geek e fazer os executivos de Hollywood beberem essa energia”, disse, sob entusiasmados aplausos.

Jackson foi ao Centro de Convenções de San Diego para apresentar o mais recente filme que produziu, "District 9", uma história de invasão alienígena e segregação gravada na África do Sul.

Ele trabalhou com o diretor do filme, Neill Blomkamp, na fracassada adaptação do game “Halo”. A produção foi sacrificada pelo que Jackson qualificou de “política dos estúdios de cinema”. Desapontados, ele e Blomkamp, um homem que Jackson descreve como “nascido para fazer filmes”, canalizaram sua energia para "District 9". “Acordamos de manhã pensando que estávamos fazendo ‘Halo’ e fomos dormir à noite produzindo ‘'District 9’”, contou Jackson. "Mas acabou sendo melhor, até onde sei."

"District 9" conta a história de um nave alienígena que misteriosamente paira sobre Johannesburgo. Seus habitantes foram separados dos humanos e segregados em uma área chamada Distrito 9. Mas, depois de quase 30 anos, autoridades decidem realocar os extraterrestres – e os aliens não ficam muito contentes com isso.

Jackson e Blomkamp desenvolveram o roteiro com base em um curta-metragem de Blomkamp, "Alive in Joburg". Um pseudo-documentário, "District 9" usa câmeras de mão, imagens semelhantes às de câmeras de segurança e simulacros de noticiários, tudo isso misturado com ação sangrenta e muito tiroteio.

“Eu realmente gosto da ideia da ficção científica vivenciada como real, e porque gosto tanto de sci-fi, é como se quisesse vê-la de um modo que ficasse tão realista e pé no chão quanto possível", afirmou Blomkamp.

Com a história que ele tinha em mãos, fez sentido filmá-lo em sua terra natal, a África do Sul. “Por causa do contexto político racialmente muito carregado, era o lugar natural para rodar a história, com segregação e tudo o mais”, afirmou o diretor de primeira viagem.

Mas não espere um filme que pese muito a mão em questões políticas. “No final das contas trata-se na realidade de uma viagem de emoções estilo Hollywood, mais do que qualquer tipo de declaração política.”

Jackson afirmou que trabalhou como mentor e facilitador, estimulando seu protegido a fazer seu próprio filme, do seu próprio jeito. “Não faz sentido para mim tentar colocar Neill fazendo um filme meu por procuração, porque eu posso filmar por minha própria conta. Eu estou incrivelmente orgulhoso de ter o meu nome nisso.”
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