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Muito resistente, capacete protegeu Massa na hora do acidente na Hungria

G1

O grave acidente de Felipe Massa no treino classificatório foi amenizado pelo instrumento mais básico para a segurança dos pilotos: o capacete. De acordo com o fabricante, a peça usada pelo brasileiro neste sábado, inclusive, seria à prova de balas.

A peça, atualmente, tem vários pré-requisitos para ser considerada em condições de uso na Fórmula 1. A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) exige que eles passem por testes de impacto antes de serem aprovados, além de resistir a perfurações e trabalhar em harmonia com o Hans (Head And Neck Support - Suporte para Cabeça e Pescoço, em português), que minimiza lesões no pescoço em caso de acidentes.

Após a morte de Ayrton Senna no GP de San Marino de 1994, quando a barra da suspensão perfurou a cabeça do piloto pelo espaço para ventilação, os capacetes foram muito aperfeiçoados em uma das frentes organizadas pela FIA para reduzir o risco nos acidentes. Atualmente, eles têm até o kevlar, material usado nos coletes à prova de balas, na composição de uma das camadas. A cabeça é uma das áreas mais vulneráveis do piloto, junto com o pescoço e os braços. Um dos itens mais importantes do capacete é a flexibilidade, para absorver a força de impactos muito fortes.

Os capacetes homologados para a Fórmula 1 pesam entre 1,250 e 1,8 quilos. Eles são projetados com preocupações não só de segurança, mas também aerodinâmica. A ventilação para a cabeça do piloto precisa ter vários filtros, para impedir que pequenos detritos sejam transferidos para o interior. Outra preocupação é o isolamento acústico, para permitir a comunicação por rádio com os engenheiros nos boxes. A viseira tem três milímetros de espessura, em média, é resistente ao fogo e muito resistente. Ela é feita de policarbonato.

Durante a produção do capacete, 120 camadas de fibra de carbono são coladas juntas. Após isso, o capacete vai para o autoclave, um forno industrial, onde elas são soldadas e endurecidas a uma temperatura constante de 132ºC. Partes sujeitas a forças extremas são reforçadas com alumínio e titânio. O interior é feito de duas camadas de Nomex, um tecido antichama.

Antes da FIA aprovar um capacete, ele passa por uma série de testes de impacto. Durante o "teste de penetração", um objeto de metal pontiagudo, de 3 kg, é derrubado de uma altura de três metros sobre a superfície do capacete, que deve permanecer íntegro. Submetida a um peso de 38 kg, a presilha não pode alargar mais de 30 milímetros. O visor é bombardeado com projéteis viajando a aproximadamente 500km/h e os pontos de impacto não podem ser mais profundos que 2,5 milímetros. Por último, o capacete é submetido a uma chama de 800°C por 45 segundos. A temperatura interior não pode passar de 70ºC.

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