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Professor todo tatuado diz sofrer preconceito em escola de Limeira

G1

Com o corpo coberto por tatuagens, o professor Celso Pfister Junior, de 37 anos, afirma ser vítima de preconceito e assédio moral na escola estadual Antonio Perches Lordello, em Limeira (SP), desde que assumiu as aulas de educação física em fevereiro de 2015. Ele procurou a Polícia Civil e registrou a denúncia.
O motivo da "perseguição", segundo o docente, é o fato de ser todo tatuado e usar piercing na orelha.

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo afirmou por telefone que a Diretoria Regional de Ensino tinha conhecimento do caso, mas negou que exista preconceito.

"Desde o início do ano letivo, tive minhas aulas interrompidas por gestores da instituição por causa de minhas tatuagens e piercing cinco vezes. A direção pediu que eu colocasse uma fita adesiva sobre meu brinco”, disse.

A justificativa dada pela escola, de acordo com Pfister, é a de que os professores deveriam seguir o mesmo código de conduta cobrado dos alunos.

O professor afirmou que leciona educação física desde 2012 em outras instituições e que nunca tinha passado por constrangimentos deste tipo até assumir as aulas na atual da rede estadual de Limeira. "Cheguei a ouvir da direção que, com essas tatuagens, não arrumaria emprego", lembrou.

"Até a Diretoria de Ensino da cidade passou a me questionar e a assistir as minhas aulas de educação física", afirmou. Ele ressalta que a atitude vem dos gestores e que, por parte dos alunos, nunca sofreu nenhum tipo de preconceito ou recebeu reclamação do trabalho realizado em aula.

"Nunca tinha passado por esse tipo de constrangimento até chegar nessa escola. Tenho ótimo relacionamento com os outros docentes e colegas de profissão. Os alunos sempre me elogiam."

Investigação

O docente disse que foi chamado no Núcleo Especial Criminal  de Limeira (SP) para prestar depoimento. "Já fui a um primeiro encontro com o delegado, e uma nova sessão está prevista para junho", disse Pfister.

Secretaria da Educação

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo afirmou por telefone ao G1 que tem conhecimento do caso, mas nega que exista preconceito.

Em nota, a pasta informou que a Diretoria Regional de Ensino de Limeira apura o caso. "A administração regional também continua à disposição do docente para quaisquer esclarecimentos", diz o texto.
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