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“Estão fazendo tempestade em copo d’água”, diz líder sobre críticas a parcelamento da inflação

Da Redação - Laíse Lucatelli

O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Wilson Santos (PSDB), minimizou a reclamação dos servidores pela falta da recomposição integral da inflação e saiu em defesa do governador Pedro Taques (PDT). Ele comparou a situação de Mato Grosso a de outros Estados brasileiros, e disse que o reajuste imediato oferecido por Taques, de 3,11%, é o maior do país. Esse percentual equivale à metade do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) 2014, que foi de 6,22%. A outra metade será paga conforme proposta que ainda está sendo elaborada pelo governo.

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“Todos os estados do Brasil, salvo honrosas exceções, estão passando por situação difícil. O Rio Grande do Sul só está pagando servidores que ganham até R$ 5 mil. Goiás está pagando o salário de abril em duas vezes. O Governo Federal não sabe como negociar com as categorias federais. Mas aqui em Mato Grosso, na folha de maio, já virá metade da inflação, ou seja, 3,11%, e restarão 3,11%, que eu acho que até o final do ano estará tudo pago. Não é um grande problema. Estão fazendo tempestade em copo d’água”, afirmou o tucano à imprensa, na manhã desta quarta-feira (20).

Diversas categorias pressionam pela pagamento integral dos 6,22% em maio e ameaçam fazer greve. Os mais incisivos são os servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), que já aprovaram em assembleia geral uma paralisaçao para esta quinta-feira (21). Wilson Santos afirmou, por sua vez, que o governador está sendo generoso em conceder um aumento que é maior do que a inflação registrada durante o seu mandato.

“Se nós pegarmos os cinco meses do governo Pedro Taques, a inflação do governo dele foi uma média de 2,60%. Porém, generoso como é, e legalista, ele está dando 3,11%. Esse é provavelmente o maior índice que um governo vai dar este mês. Tranquilizo os servidores, pois não haverá prejuízo aos servidores. Ele não vai dar calote em empresário e muito menos no servidor”, disse.

O tucano ainda culpou o governo Dilma Rousseff (PT) e a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) pelas dificuldades que Mato Grosso enfrenta hoje. “As políticas públicas do Governo Federal na área de economia e finanças foram populistas e irresponsáveis, só para ganhar a reeleição em 2014. A presidente não pagou nem os R$ 400 milhões do FEX para Mato Grosso. E onde estava o parlamento estadual quando Silval Barbosa negociava terrenos públicos com agiotas?”, disse, na tribuna.

Cronograma de pagamento

De acordo com Wilson e com o presidente da Assembleia, Guilherme Maluf (PSDB), o secretário de Gestão, Júlio Modesto, já se comprometeu a encaminhar para a Assembleia um projeto de lei com o cronograma de pagamento de toda a reposição inflacionária. A proposta do governo será apresentada ao Fórum Sindical na segunda-feira (25), pois os sindicalistas cobraram a definição de datas. No dia do anúncio do parcelamento, Pedro Taques disse aos servidores que os 3,11% restantes seriam pagos conforme o aumento da arrecadação, sem fixar prazos.

O deputado Emanuel Pinheiro (PR) defendeu que esse parcelamento inclua a correção monetária em relação a maio. Ele ainda criticou a forma como o governo anunciou o fato. “O governo tem falado em aumento salarial, quando na verdade não está repondo nem a inflação. O líder do governo quer responsabilizar os servidores pelo peso da despesa do Estado. Não é fácil defender o indefensável: o servidor não vai receber a inflação pela primeira vez na história. Não adianta jogar pedra no passado. Pedro Taques assumiu o governo com promessa de transformação. É assim que queremos transformar Mato Grosso? Na chibata e na imposição? Não é isso o que o governo Pedro Taques representa e que empolgou 60% dos eleitores”, disparou. 
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