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Perito diz que vítima de explosão pode ter causado os próprios ferimentos

G1

O alemão Markus Müller, que foi encontrado dentro do imóvel que explodiu em São Conrado, Zona Sul do Rio, na segunda-feira (18), pode ter provocado os ferimentos no próprio corpo, segundo o coordenador do Laboratório de Ciências Forense da Universidade Estadual do Rio de Janeiro(Uerj), Nelson Massini. “Podemos perceber que elas se localizam em pontos que é possível a autolesão. Não tem profundidade, pois não é um golpe. Não é de defesa, porque também se fosse de defesa o ângulo seria outro, não é esse longitudinal”, revelou Massini.

Ainda de acordo com o profissional, as imagens feitas por um cinegrafista amador que mostra a varanda do imóvel, revela que não havia fogo no restante do imóvel. "Nós percebemos que pelas imagens que não há resíduo de incêndio a partir do momento zero da gravação. Não há registro de gasto de um litro de água para conter. Esse foco surgiu posteriormente”, ressaltou o professor.

Sobre a localização das queimaduras no corpo da vítima ter se concentrado apenas na parte superior do corpo, o perito destacou que esse é mais outro indício que precisa ser levado em consideração, porque, segundo ele, a combustão ocorreu apenas na camisa. “Alguma coisa que estava nas vestes na parte superior. Nas calças não houve nada. Nenhuma queimadura nas partes inferiores”, destacou o perito, lembrando que não há resíduo de nada queimado.

O laudo revela que Markus Müller tem vários cortes pelo corpo: pelo menos dois no braço direito, um grande no braço esquerdo, três no peito, no pescoço e dois cortes pequenos nas nádegas. Fontes da polícia descartam a possibilidade de os ferimentos terem sido causados por estilhaços na explosão no apartamento

Müller foi transferido na terça-feira (19) para o Hospital Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste, onde há um setor de queimados.

Hipóteses
A polícia, que investigava a possibilidade de um acidente provocado por vazamento de gás, agora analisa duas novas hipóteses: o morador pode ter sido vítima de um assalto ou pode ter tentado se matar.

Em um dos quartos do apartamento do alemão havia sangue no chão e sobre uma cadeira. Para peritos da polícia, isso prova que o alemão andou pelo apartamento depois da explosão.

Prédio liberado
Na manhã desta quarta, funcionários da Comlurb ainda recolhiam a sujeira espalhada pelo playground. Setenta toneladas de material já foram retiradas.

Segundo a Defesa Civil, todo trabalho de remoção dos entulhos dos apartamentos mais prejudicados já foi feito e a prefeitura liberou o prédio para que o concomínio inicie as obras.
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