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Revés tem D'Ale na bronca, desolação no campo e ducha de água fria literal

Globo Esporte

A derrota por 1 a 0 para o Santa Fé nos descontos na noite da última quarta-feira no El Campín foi amarga. Dolorida, como definiu Diego Aguirre. O gol aos 46 minutos da segunda etapa de Mosquera desanimou os colorados, que viram o planejamento escorrer pelas mão. A busca pelo empate estava traçada desde o começo. 

Tanto que Alisson mostrou uma faceta até então desconhecida. A de catimbeiro. Cada reposição de bola ocorria sem pressa alguma. Com a necessidade de conquistar o resultado, Gustavo Costas tentava motivar seus jogadores. Intenso, parecia que entraria em campo a qualquer momento. Por outro lado, Diego Aguirre manteve seu estilo, sereno, de gestos pouco expansivos.

Só que, se o Inter buscava o empate, não pense que o time teve uma postura acomodada em campo. D'Alessandro que o diga. O capitão, além de organizar as jogadas, foi incentivador dos parceiros, mas também crítico da arbitragem. Em mais de uma oportunidade, ergueu os braços e mostrou sua inconformidade com as decisões. A ducha fria foi até literal, com a falta de água quente no vestiário.

DESOLAÇÃO NO GOL

A derrota baixou a guarda dos colorados. O gol de Mosquera aos 46 minutos do segundo tempo entristeceu o grupo. Os olhares distantes e cabisbaixos eram a tônica dos comandados de Diego Aguirre, incrédulos pelo revés no final da partida. Alguns, como Ernando, foram ao chão, outros miravam o nada, como Alisson. Reserva, Alex se recostou numa placa de publicidade.

ALISSON CATIMBEIRO

A torcida do Santa Fé não lotou o estádio, mas empurrou o time em busca da vitória.  Só parava de cantar em um momento na partida: quando Alisson tinha que repor a bola. A cera do colorado irritava a La Guardia Albi Roja Sur, a principal organizada do clube, que disparava e hostilizava o goleiro com o xingamento de “filho da p...”

TÉCNICOS COM ESTILOS OPOSTOS

De um lado, a sobriedade de Diego Aguirre. Do outro, a intensidade de Gustavo Costas. O confronto entre Santa Fé e Inter ocorreu também nos reservados. As posturas dos técnicos eram completamente distintas. Enquanto o colorado raramente levantava para dar uma instrução, ou apenas observava, o técnico do time colombiano gesticulava, caminhava a todo instante. Com um cronômetro na mão direita, jogava junto com o time. Além disso, o argentino mostrou que tem um tique ao estilo do tenista Rafael Nadal: não para de arrumar a calça.

D’ALE CONTESTADOR


O capitão é intenso, participativo e por quem passam todas as jogadas do Inter. No entanto, o meia não se aguenta. Após ver Valdívia levar uma entrada dura sem punição, reclamou com o assistente Hernan Maidana. Acabou punido pelo árbitro Nestor Piana com o cartão amarelo. A advertência não o acalmou e seguiu contestando. Precisou ser contido por Rodrigo Dourado. Depois, voltou a debater com Maidana. E, na saída para o intervalo, voltou a interpelar o árbitro, com os braços expansivos. Só parou após o preparador de goleiros Daniel Pavan retirá-lo.

ÁGUA FRIA


Não bastasse o revés, o Inter ainda teve que conviver com a falta de cortesia do Santa Fé. Quando rumou para o vestiário do El Campín após o 1 a 0, o elenco só encontrou água fria. Ou seja, tornou-se impossível cumprir o planejamento padrão. O jeito foi voltar para o hotel sem higiene e tomar banho no QG colorado.

VALEU O VISUAL


Quem foi ao El Campín acabou recompensado. Além de o estádio ter a vista do Cerro de Monserrate, o ponto mais alto de Bogotá, 3.152 metros acima do nível do mar, como moldura, o final do dia brindou os moradores da cidade com o arco-íris. Além disso, a torcida do Santa Fé mostrou um repertório em sua festa, de bobina, mosaico e bandeiras.
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