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PF faz operação em Brasília para apurar fraude de até R$ 875 milhões

G1

A Polícia Federal realiza na manhã desta sexta-feira (22) em Brasília uma operação para investigar um suposto esquema de fraude fiscal que pode ter chegado a R$ 875 milhões. O grupo empresarial apontado como alvo da operação é dono de ao menos sete empresas ligadas ao transporte, turismo e hotelaria.

A PF não divulgou os nomes dos suspeitos, mas apuração do colunista do G1 Matheus Leitãoindica que o alvo da operação é o empresário Wagner Canhedo, que foi dono da empresa aérea Vasp e que chegou a ser preso em regime semiaberto em 2013 em processo por sonegação fiscal. O filho do empresário, Wagner Canhedo Filho, estava até as 12h10 na PF, em uma sala onde agentes tomam depoimentos.
Segundo o chefe da Delegacia de Combate a Crimes Financeiros da Polícia Federal, João Thiago Oliveira Pinho, o grupo é bastante conhecido na capital federal e algumas das empresas já tiveram falência decretada. Os empresários são suspeitos ainda de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e falsidade ideológica.

Ao todo, 18 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de condução coercitiva foram expedidos. Uma pessoa foi presa em flagrante por posse ilegal de arma. De acordo com Pinho, o grupo usava empresas de fachada em nome de laranjas para desviar o dinheiro que seria recolhido para pagamento de impostos.

“Essas empresas transferiam grande parte do patrimônio para empresas laranjas em nomes de familiares e ex-funcionários e faziam operações de empréstimos que eram de gaveta”, afirmou o delegado. “Estamos investigando o grupo há um ano, mas ele vem há décadas fugindo da execução fiscal e cometendo diversas fraudes.”

Com essa operação, a administração das empresas ficará a cargo de um auditor fiscal indicado pela Receita Federa a pedido da Justiça. Com o afastamento dos gestores e a posterior indicação de um auditor fiscal, a polícia pretende garantir que as empresas continuem funcionado, os empregos dos funcionários do grupo sejam mantidos e os valores devidos ao Fisco voltem a ser recolhidos.

“A grande diferença nesse caso é que vamos substituir a gestão dos empreendimentos. É um caso relativamente inédito de forma que o gestor atual será substituído por um auditor da Justiça”, disse Pinho.
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