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Notícias / Brasil

Cheia dos rios causa prejuízo de até 40% na produção de cerâmica

G1

O setor cerâmico nas cidades de Iranduba e Manacapuru, no Amazonas, teve queda de 40% na produção em razão da enchente dos rios no estado. Segundo o Sindicato das Cerâmicas, a expectativa é de que ocorram demissões devido aos prejuízos no período.

Com a cheia deste ano, 33 cidades do Amazonas decretaram situação de emergência. Um município está em estado de calamidade pública.

O avanço das águas pelo terreno prejudica principalmente a secagem dos tijolos. Em uma fábrica de Iranduba, o processo precisou ser feito em outro lugar e ainda impediu o funcionamento do maior forno do local. "O nosso estoque de argila também já está sendo afetado", disse a proprietária do local, Fabiana Viana.

Segundo Fabiana, a paralisação do forno e a queda na produção somam um prejuízo de mais de R$ 50 mil. Se a água atingir os demais setores da produção, a empresária informou que a fábrica deve paralisar as atividades.

Com o volume das águas, alguns funcionários da fábrica precisaram adotar a canoa como meio de transporte para chegar ao local. "Todo ano é assim, com essa cheia a gente depende da canoa. Se a gente não tivesse uma, como viríamos para o trabalho?", disse o servidor do local Marcelo Amorim.

Além do setor oleiro, também há dificuldades no recebimento do material usado para a fabricação dos blocos cerâmicos, com a falta de resíduos para o abastecimento dos fornos.

A distribuição também sofre com as cheias. Estima-se que mais de dez empresas estão com acesso limitado devido ao isolamento de algumas áreas de Iranduba e Manacapuru.

Para o presidente do Sindicato de Cerâmica, Santo Santos, a perspectiva para o setor nos próximos meses não é positiva.

"Nós já estamos com cinco cerâmicas em risco, eminente de paralisação, mas o maior problema é que quando a enchente é grande, a vazante também é demorada e o período de exploração de argila também é afetado. Talvez não falte material, mas com certeza demissões devem acontecer", alertou.

Cheia
Mais da metade das cidades do Amazonas decretaram situação de emergência em razão da cheia dos rios no estado. Das 62 cidades existentes no Amazonas, 33 estão na lista de localidades inundadas.

A Defesa Civil do Estado estima que 247,7 mil pessoas estão sendo afetadas pela subida do nível das águas. A situação é mais crítica em Boca do Acre, que está em estado de calamidade pública.

Ajuda
Mais de 500 toneladas de cestas básicas e kits para higiene já foram entregues às famílias atingidas pela enchente em todo o estado.

O objetivo é garantir alimentos aos ribeirinhos, que nesta época ficam com a produção agrícola comprometida. Além de alimentos, a população recebe kits de dormitório (colchões, redes, mosquiteiros), medicamentos, filtros de água e hipoclorito de sódio.
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