Imprimir

Notícias / Política BR

Cunha diz que 'depende do governo' votação do texto que desonera folha

G1

Diante de um novo impasse entre Legislativo e Executivo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que caberá ao Palácio do Planalto decidir se o projeto de lei que reduz a desoneração da folha de pagamento a setores da economia será votado nesta quarta-feira (10) pelos deputados federais. O peemedebista condicionou a votação do texto à retirada, por parte do governo, do carimbo de urgência de dois projetos que integram o pacote anticorrupção enviado pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso Nacional.
O projeto da desoneração da folha faz parte do conjunto de medidas de ajuste fiscal do governo. Se o texto for aprovado pelos congressistas, o Executivo conseguirá mais fôlego para reequilibrar as contas da União com o aumento de receita.

"Votar hoje [quarta] ou não, não depende de mim, depende do governo. Eu disse que estaria disponivel, maquei a data de hoje. Eu derrubaria reforma política para votar. Mas têm dois projetos na frente. Se o governo não retirar a urgência, vou seguir reforma política", disse Cunha.

"O governo estava na dúvida, discussões internas. Não vou me meter na discussão de conteúdo. Eu disse que, da minha parte, estou disposto a votar. Se o governo retirar a urgência até começar a sessão, eu voto. Se não retirar, vamos continuar PEC", complementou.

Na tentativa de desobstruir as dificuldades para votar o projeto, o vice-presidente Michel Temer, coordenador político do Palácio do Planalto, comandou nesta quarta duas reuniões em sua residência oficial, o Palácio do Jaburu. No primeiro encontro, participaram o vice-presidente da República, Eduardo Cunha, os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Joaquim Levy(Fazenda) e Eliseu Padilha (Aviação Civil), além do líder da bancada do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), relator do texto da desoneração.

Segundo o G1 apurou, o titular da Fazenda manifestou preocupação com alguns pontos do relatório que está sendo elaborado por Picciani, entre os quais a criação de uma regra de exceção para manter o benefício da desoneração da folha, entre outros segmentos, aos setores de transporte e comunicação.

Segundo o Blog do Camarotti, o Planalto já dá como certo o adiamento da votação do projeto que reduz as desonerações da folha. Além da dificuldade para incluir todos os setores no projeto de lei, já que o relator insiste em manter algumas atividades protegidas, o real motivo do adiamento é a resistência de deputados da base aliada, que ainda aguardam a liberação de cargos do segundo e terceiro escalões, além da retenção de emendas parlamentares.
Imprimir