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Medeiros cobra expulsão da Venezuela do Mercosul e diz que não pisa no país enquanto houver regime de exceção

Da Redação - Laíse Lucatelli

O senador José Medeiros (PPS) defende a saída da Vezenuela do Mercosul (Mercado Comum do Sul), após o episódio em que ficou “sitiado” no país ao lado de outros sete senadores brasileiros, por manifestantes favoráveis ao governo de Nicolás Maduro, na semana passada. O bloco comercial criado na década de 90 por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai recebeu a adesão da Venezuela em 2012.

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“Esse país faz parte do Mercosul e uma das principais premissas para que o país participe do bloco é a cláusula democrática. Fomos ali justamente verificar isso. E verificamos que na Venezuela não existe democracia. Vamos pedir a exclusão deles imediatamente, pois o país não reúne as condições para participar do bloco”, afirmou o senador, na manhã desta segunda-feira (22), durante o lançamento da campanha Mulheres na Política, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

Medeiros afirmou, ainda, que não pretende voltar ao país enquanto Maduro mantiver o atual “regime de exceção”. Ele afirma ter constatado a falta de democracia no país desde antes de descer do avião. “Houve momentos de tensão, não esperávamos. Fomos ali verificar se a democracia corria risco e antes de descer do avião a gente já teve certeza disso. É um país com um governo antidemocrático e nesse momento vive um regime de exceção. Enquanto for um regime de exceção não volto mais lá”, disse.

O parlamentar explicou que os senadores brasileiros foram à Venezuela em uma missão diplomática, para tentar restabelecer a democracia no país. “Fomos em missão oficial, votada por unanimidade no Congresso Nacional, em avião do governo brasileiro e eles partidarizaram. Essa gente não tem noção do que é política de Estado, política de governo ou partidarismo. Nossa missão foi de diplomacia”, disse.

“Inclusive nós iríamos falar com os dois lados. Pedimos para falar com as autoridades venezuelanas e também com a oposição, para tentar entender. A ideia era justamente pedir ao governo que marque eleições porque uma das regras básicas da democracia é a periodicidade eleitoral. Lá ele não está marcando eleições. E também faríamos uma visita humanitária aos únicos presos políticos da América Latina”, completou.

A comitiva de senadores incluía, além de Medeiros, o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado Aloysio Nunes (PSDB-SP), e os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), José Agripino (DEM-RN), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Ricardo Ferraço (PMDB-ES)  e Sérgio Petecão (PSD-AC).

Questionado sobre o que motivou essa atitude, tendo em vista que o Governo Brasileiro possui um Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), com profissionais treinados para tratar das relações internacionais do país, Medeiros afirmou que discorda da política da presidente Dilma Rousseff (PT) em relação ao país vizinho.

“[Fomos à Venezuela] porque o governo brasileiro não faz nada. Nesse momento o governo brasileiro é conivente e cúmplice desse governo pernicioso que começa a deteriorar a democracia na América Latina”, sentenciou.

José Medeiros ainda ironizou a próxima comitiva oficial que deve visitar o país, incluindo senadores governistas, aprovada após o incidente com os senadores de oposição. “Aí é chapa branca. Vão ter tapete vermelho e provavelmente vão almoçar com Maduro”, alfinetou.
 
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