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Marcha das Vadias reúne centenas de pessoas no PR contra o machismo

G1

Centenas de pessoas participam neste sábado (4) da quinta edição da Marcha das Vadias em Curitiba. A concentração teve início às 10h30, na Praça 19 de Dezembro, no Centro da capital paranaense. O grupo vai percorrer as principais ruas da região central da cidade, protestando contra o machismo, a homofobia, o racismo e outras formas de opressão.

As mulheres não se intimidaram com a mínima de 6º C registrada em Curitiba e tiraram as blusas em defesa da causa. Os manifestantes seguirão até a Boca Maldita, onde encerrarão a Marcha.

O tema desta edição é “Vadias sabotando o Estado”. Além disso, a Marcha critica a frase pronunciada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), que disse “O aborto só será votado por cima do meu cadáver”.

Para a estudante Camila Moreira, de 19 anos, a Marcha ajuda a chamar a atenção das pessoas para o feminismo. “O feminismo não é brincadeira, não é coisa de mulher desocupada, o feminismo é importante para gente construir uma sociedade em que equidade de gênero seja fundamental para todas as pessoas”, diz.

O designer Márcio Martins, que participa desde a primeira edição da Marcha, pede que a sociedade ajude as mulheres na luta contra o machismo.

"O machismo e o patriarcado continuam colocando muitas mulheres como uma cidadã de segunda categoria, deixando que as mulheres sejam discriminadas, violentadas, estupradas, o que fica muitas vezes na impunidade. Curitiba, assim como qualquer outra capital brasileira, tem a situação do machismo, que é muito grande”, opina.

Os participantes também protestam contra a ação policial realizada no dia 29 de abril, no Centro Cívico, quando mais de 200 pessoas ficaram feridas durante manifestação dos professores.

“O nosso objetivo é protestar contra o machismo. Mas, no protesto do dia 29 de abril, a maioria eram mulheres que estavam lá, eram professoras que estavam lutando pelos seus direitos, e foram tratadas a balas. A maioria da sociedade trata as mulheres com diferença. Querendo ou não, elas são diferenciadas”, opina a professora Kelly Machado.

Como surgiu
O movimento surgiu no Canadá, em 2011 após uma onda de estupros ocorridos na Universidade de Toronto, quando um policial convidado para orientar sobre segurança, disse que as mulheres poderiam evitar o estupro se “não se vestissem como vadias”.

Essa fala gerou indignação e diversos protestos que culminaram na primeira Marcha das Vadias. O movimento, que se espalhou pelo mundo, questiona a cultura de responsabilizar as mulheres em casos de agressão sexual.
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