Imprimir

Notícias / Esportes

Medina dá show, Mineirinho domina, e Alejo elimina Filipe Toledo em J-Bay

Globo Esporte

Atual campeão mundial e 20º colocado do mundo,Gabriel Medina finalmente reencontrou o seu melhor surfe na África do Sul. Inspirado, o paulista de São Sebastião deu um show nas direitas de Jeffreys Bay, palco da sexta etapa do Circuito Mundial, e despachou o aussie Matt Wilkinson (14º) com belos aéreos para garantir a vaga na quarta fase. O local de Maresias tirou três notas acima de 9.00, somou 19.07 (9.47 + 9.60), a maior pontuação do campeonato até o momento, e ainda dispensou um 9.07. Líder do ranking mundial, Adriano de Souza, o Mineirinho, também fez bonito na terceira fase, nesta sexya-feira, em um dia que começou com condições desafiadoras. Mostrando toda a força de seu "power surf", o paulista do Guarujá derrotou pela primeira vez na carreira o perigoso "wildcard" Dane Reynolds, "showman" californiano. Em um duelo brasileiro de altíssimo nível, Alejo Muniz eliminou Filipe Toledo e também avançou. Quem também tem motivos para comemorar éWiggolly Dantas (17º). Agressivo, o calouro da elite eliminou o australiano campeão mundial Joel Parkinson (15º), dono de dois títulos em J-Bay e um dos favoritos da etapa. 


O australiano Mick Fanning (4º), tricampeão e defensor do título da etapa, e o americano Kelly Slater (11º), maior vencedor da história em Jeffreys Bay, com quatro vitórias, também venceram e se classificaram para a quarta fase, não eliminatória. Quem vencer, avança direto às quartas de final, enquanto os perdedores lutam pela sobrevivência em mais uma repescagem (quinta fase). 

Na quarta fase, Mineirinho e Wiggolly medem forças em uma bateria que ainda conta com a presença do americano Nat Young. Em uma disputa que inclui 15 títulos mundiais, o atual campeão Medina enfrenta a lenda Slater, dono de 11 canecos, e o australiano Mick Fanning, com três troféus na coleção. 


- Todo dia é diferente, e você precisa dar sempre 100% em todas as condições. Quando acordei de manhã e vi o vento, aproveitei para surfar e testar a prancha. Tentei pressionar ele no início e, felizmente, isso fez a diferença no fim. Estou querendo muito conquistar este evento. Eu costumo trabalhar no dia a dia, sei que ainda há uma longa estrada pela frente, mas estou trabalhando duro e estou vendo que os resultados estão bons, então, vou manter o ritmo e a estratégia - disse Mineirinho, campeão de uma etapa em Jeffreys Bay válida pelo ranking de acesso, em 2012.

MEDINA DESENCANTA
Se Medina ainda não havia apresentado nesta temporada o bom surfe que o fez escrever o seu nome na história com o inédito título para o Brasil no surfe, ele provou que a má fase ficou para trásem Jeffreys Bay. Com uma grande atuação nas direitas, o paulista de São Sebastião brilhou logo na primeira onda. Surfando de backside (de costas para a onda), o local de Maresias realizou belas manobras e fechou com um aéreo de 360º, sem usar as mãos, alcançando 9.47. Em seguida, arrancou aplausos e gritos do público da areia com outra grande exibição: 9.07, somando incríveis 18.54 após a sua segunda onda: 18.54. Aos poucos, Matt Wilkinson tentava tirar o prejuízo, mas a missão era complicada.


Após tirar notas 6.50 e 2.33, Wilko melhorou o somatório ao surfar com perfeição uma direita. O aussie recebeu 9.57 e chegou 16.07, precisando de 9.51 para assumir a liderança. Inspirado, Medina reinava absoluto. No fim, o paulista arrancou 9.60 com um aéreo ainda mais alto e somou 19.07, a maior pontuação do campeonato até o momento. O australiano caiu em sua última tentativa e acabou sucumbindo diante do brasileiro.

MINEIRINHO DOMINA "WILDCARD"




Em um mar pequeno e com poucas ondas de alta qualidade, coube a Mineirinho dar o bote e as cartas do jogo. O paulista do Guarujá espancou as paredes com força e habilidade para tirar 6.17, pressionando Reynolds. O americano dropou uma direita, mas caiu antes de encaixar uma manobra. O líder do ranking se mantinha ocupado, enquanto o rival era mais seletivo. Incansável, Adriano manteve o domínio ao encontrar outra boa onda para aplicar belas curvas, rasgadas e batidas fortes e descolar nota 7.00 dos juízes, ampliando para 13.17. Confortável, o brasileiro ia apenas administrando a vantagem no famoso pointbreak do Cabo Oriental. Após muito esperar, Reynolds se jogou em uma direita e encaixou uma variação de manobras, levando 4.33. Em seguida, o americano, considerado um dos maiores aerealistas do mundo, arriscou um de seus belos aéreos, mas acabou caindo e ganhou apenas 1.37, chegando a 5.70. Ele precisava de 8.84 para virar e imprimiu uma reação perigosa nos 10 minutos finais. 


Reynolds, que teve como seu melhor resultado em J-Bay o terceiro lugar em 2009, aos poucos, ia tentando melhorar o somatório. Demorou, mas o surfista acabou se encontrando na disputa, embora tenha sido tarde. Ele ainda encontrou duas ondas para arrancar um 6.97 e 4.93, na raça, somando 11.90. Precisava de um 6.21, a cinco minutos do estouro do cronômetro, para assumir a ponta, no entanto, o brasileiro fez valer a experiência e usou bem a prioridade com um jogo inteligente. O mar não cooperou nos últimos instantes e Reynolds não conseguiu a onda salvadora. Era apenas uma questão de tempo para Mineirinho selar a vitória por 13.17 a 11.90 e a vaga na quarta fase da sexta etapa da temporada.  


ALEJO MUNIZ ELIMINA FILIPINHO


Embalado pelo título do Ballito Pro, na África do Sul, pela Divisão de Acesso (QS), Alejo Muniz foi o primeiro a se jogar nas longas e rápidas direitas do pico, garantindo um 8.03. Sem perder tempo, Filipe Toledo, usando uma prancha emprestada do amigo, respondeu à altura: 8.33, assumindo a liderança. A disputa de alto nível levou o público na areia ao delírio. Convidado da etapa, substituindo o lesionado Jeremy Flores, Alejo recuperou a ponta ao encontrar uma bonita direita, a melhor onda da bateria, que lhe rendeu 9.80. O catarinense passou a vencer o paulista por 17.83 a 17.23. As ondas desapareceram no pointbreak e Filipinho esperou 10 minutos por um milagre, mas a natureza não ajudou e ele não conseguiu o 8.94 que buscava para se classificar.


WIGGOLLY BATE CAMPEÃO MUNDIAL

Estreante na elite nesta temporada, Wiggolly Dantas surpreendeu o australiano Joel Parkinson, campeão mundial de 2012 e dono de dois títulos no evento (1999 e 2009). Destemido, o paulista de Ubatuba apostou no surfe clássico, com um bom ritmo nas longas e rápidas direitas do pico sul-africano. Em sua melhor onda, Guigui conseguiu belas curvas e finalizou com um "floater" (manobra em que o surfista parece flutuar sobre a onda), garantindo 8.33. O calouro não parecia se importar com quem estava ao seu lado. A alguns metros dali, o irmão do brasileiro, que também é seu treinador, passava dicas valiosas. 

Com surfe consistente, Wiggolly encontrou uma boa onda, levou 6.80 e chegou a 15.13. Parko, que já teve atuações memoráveis no pointbreak, não conseguia repetir o desempenho. O mar também não cooperou com o aussie. Com 10.67 (4.17 + 6.50), ele tinha dificuldades para melhorar a pontuação. No fim, conseguiu um 5.90 e somou 12.40. Joel acabou sendo "engolido" por onda na sequência (0.50) e logo após soar a sirene, pegou uma onda e executou boas manobras, mas já valia nada, para a frustração do australiano.

Com as eliminações dos australianos Taj Burrow e Owen Wright e do brasileiro Filipe Toledo= na terceira fase, apenas dois surfistas estão no caminho de Adriano de Souza na briga pela liderança do ranking mundial. São eles: o defensor do título e tricampeão do evento, Mick Fanning, que precisa chegar à final para ganhar a lycra amarela, e o australiano Julian Wilson, que pode tornar-se o número um do mundo se vencer o campeonato.  

CONFIRA AS BATERIAS DA 3ª FASE

1: Owen Wright (AUS) 15,40 x 15,50 Adrian Buchan (AUS)
2: Italo Ferreira (BRA) 12,83 x 15,50 Kai Otton (AUS)
3: Julian Wilson (AUS) 17,94 x 8,40 Freddy Patacchia Jr. (HAV) 
4: Nat Young (EUA) 16,87 x 8,03 Adam Melling (AUS) 
5: Joel Parkinson (AUS) 12,40 x 15,30 Wiggolly Dantas (BRA)
6: Adriano de Souza (BRA) 13,17 x 11,90 Dane Reynolds (EUA) 
7: Mick Fanning (AUS) 17,50 x 13,83 CJ Hobgood (EUA) 
8: Gabriel Medina (BRA) 19,07 x 16,07 Matt Wilkinson (AUS) 
9: Kelly Slater (EUA) 14.16 x 12.27 Kolohe Andino (EUA) 
10: Josh Kerr (AUS) 12.33 x 14.83 Keanu Asing (HAV) 
11: Bede Durbidge (AUS) 15.67 x 15.67 Michel Bourez (TAH) 
12: Filipe Toledo (BRA) 17.23 x 17.83 Alejo Muniz (BRA)

CONFRONTOS DA 4ª FASE


1: Adrian Buchan (AUS) x Kai Otton (AUS) x Julian Wilson (AUS)
2: Nat Young (EUA) x Wiggolly Dantas (BRA) x Adriano de Souza (BRA)
3: Mick Fanning (AUS) x Gabriel Medina (BRA) x Kelly Slater (EUA)
4: Keanu Asing (HAV) x Michel Bourez (TAI) x Alejo Muniz
Imprimir