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Presidente da construtora Odebrecht deve ser ouvido pela PF nesta quinta

G1

O presidente da construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, que está preso em Curitiba, deverá prestar depoimento à Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (16).

Esta será a primeira vez que Marcelo Odebrecht será ouvido pelos policiais desde que foi preso, no dia 19 de junho, quando foi deflagrada a 14ª fase da Operação Lava Jato.

Ele é suspeito de participar do esquema de fraudes na Petrobras.

Como a prisão dele é em caráter preventivo, não há data para que ele venha a responder às acusações em liberdade. Também não há uma denúncia formal contra o executivo.

A prisão preventiva difere da temporária, que tem prazo de cinco dias para ser encerrada, podendo ser prorrogada por outros cinco dias. Normalmente, a prisão preventiva é considerada quando o suspeito tem a possibilidade de interferir no andamento das investigações.

14ª fase da Lava Jato
As empreiteiras alvo desta fase da Lava Jato foram a Odebrecht e a Andrade Gutierrez. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), as empresas tinham esquema "sofisticado" de corrupção ligado à Petrobras, com depósitos no exterior.

O delegado Igor Romário de Paula afirmou que há indícios bem concretos, com documentos, de que os presidentes das empresas tinham "domínio completo" de atos que levaram à formação de cartel e fraude em licitações, além de pagamento de propinas.

Bilhete




Um bilhete de Marcelo Odebrecht para seus advogados, no qual ele pede para "destruir e-mail sondas", foi entregue à Justiça pela PF.

Esse e-mail sobre sondas foi considerado pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, como uma das provas da participação da Odebrecht em cartel. Nele, é feita uma referência a sobrepreço em uma operação que, segundo o juiz, remete aos contratos da empresa com a Petrobras (veja mais detalhes abaixo).

Na carceragem, Marcelo entregou o bilhete a agentes para que ele fosse enviado a seus advogados. Os policiais, que examinam todas as correspondências por medida de segurança, viram a frase sobre o e-mail e decidiram tirar uma cópia da mensagem escrita pelo presidente da Odebrecht.

Segundo o delegado da PF Eduardo Mauat da Silva, os policiais entenderam "que não haveria problema na entrega do original aos advogados, uma vez que os mesmos iriam ter contato com o preso de qualquer maneira na sequência".
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