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Notícias / Brasil

Cosplayers mulheres relatam assédio sexual: 'Passam a mão na hora da foto'

G1

O assédio geralmente acontece na hora da foto: um sujeito qualquer se aproxima da garota fantasiada, pede a ela que pose e então aproveita para “passar a mão”, faz um comentário obsceno ou coisa assim. Quem descreve a cena, que se repete inúmeras vezes, são as cosplayers. Este é o nome das garotas que vestem (e muitas vezes fabricam) trajes de personagens famosos da cultura pop americana, como super-heróis, e oriental, de animes e mangás.

Depois que cosplyers americanas se disseram vítimas de “apalpadas” durante a recente San Diego Comic-Con (clique aqui para ler a reportagem), o Quem curte? quis saber se acontece o mesmo no Brasil. Para isso, fomos ao Anime Friends 2015 (clique aqui para saber mais), evento de cultura pop e japonesa que aconteceu no Campo de Marte, em São Paulo, e terminou neste domingo (19). Diversas jovens relataram que, apesar de o Anime Friends estar "calmo", o assédio sexual por aqui é comum, sim.

Vestida de Thor, a contadora Thais Franco Forte, 29, de São Paulo, posava para (muitas, mas muitas mesmo) fotos com fãs durante o Anime Friends, evento de cultura pop e japonesa que aconteceu no Campo de Marte, em São Paulo, e terminou neste domingo (19). "Nós somos cosplayers. Nós não somos modelos contratadas", afirmou. Sobre os homens que abordam, disse: “Às vezes, acabam sendo machistas, rudes".

Quando conversou com o Quem curte?, a estudante Maria Fernanda Nunes Galvão, 15, de Santos (SP), tinha acabado de encarar esse tipo de violência. "Agora há pouco, um cara chegou e tentou me beijar do nada. Eu quase dei com isso na cara dele", comentou, mostrando o cajado que compunha seu cosplay de Nami, do mangá e anime "One piece". 

Para se defender, as cosplayers costumam circular em grupos. Isso inibiria a abordagem. A dica é da estudante de Campinhas (SP) Mariah Schafer, 22, que se fantasiou de Super Girl e posava ao lado da colega Aline Alonso, 25, que estava de Mulher-Maravilha e "na vida real" é contadora em São Paulo. "Tenho amiga que [estava] sozinha, e o cara vem e passa a mão mesmo, fala porcaria", contou Mariah.

Embora raro no Anime Friends, o assédio ocorreu. "Não sei, por eu estar de um jeito mais ousado, acho que o pessoal ficou meio acanhado”, especulou a universitária e professora de inglês Letícia Vieira, 18, de Volta Redonda (RJ). Ela fazia cosplay de Teemo, do jogo “League of legends”.


 
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