A 4ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a condenação de quase onze anos em regime fechado de um homem que estuprou a própria filha por dezessete anos. Criminoso teve três filhos-netos com a jovem, no caso que aconteceu na cidade do Guarujá, na Baixada Santista.

A violência começou quando a garota tinha apenas 16 anos, em 1991, e durou até 2008. O abuso cessou no momento em que a vítima descobriu que o pai passou a estuprar uma das filhas que teve com ele e o denunciou ao Conselho Tutelar.

Para o desembargador Luis Soares de Mello Neto, relator do recurso, são "evidentemente autênticos os tristes relatos da vítima, que contou com precisão os anos todos de barbárie e verdadeira escravidão sexual a que foi submetida pelo genitor algoz". Além do depoimento da mulher, pesaram contra o sentenciado os exames de DNA que comprovaram a paternidade das três crianças.

O acusado alegava que as relações com a filha foram consensuais. "Aceitar-se sua versão seria fechar os olhos a uma realidade manifesta e dar costas ao óbvio", escreveu Soares de Mello. O abuso cometido contra a filha-neta foi julgado em processo diferente e também resultou em condenação do réu.