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Notícias / Ciência & Saúde

China pressiona países ricos por cortes de CO2 em Copenhague

Reuters

Os países ricos precisam aceitar cortes grandes e mensuráveis nas suas emissões de gases causadores do efeito estufa como parte de um eventual tratado climático global a ser adotado em dezembro na reunião das Nações Unidas em Copenhague, disse uma autoridade chinesa nesta quarta-feira.

Xie Zhenhua, diretor-adjunto da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reformas para assuntos de política climática, disse à agência oficial Xinhua que o compromisso dos países industrializados seria crucial para um acordo.

"Os chineses acreditam que em Copenhague a chave do sucesso é definir para as nações desenvolvidas metas de redução de emissões em médio prazo que sejam grandes, quantificáveis", afirmou.

As declarações foram feitas depois de EUA e China firmarem um acordo de cooperação nas áreas de mudança climática, energia e meio ambiente, mas sem metas específicas.

A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, disse que o protocolo ilustra a importância da mudança climática nas relações sino-americanas, e que as duas partes discutiram em detalhes o corte de emissões com vistas à conferência de Copenhague.

Xie não chegou a repetir a reivindicação que Pequim vinha fazendo, de que até 2020 os países desenvolvidos reduzam suas emissões em "pelo menos 40 por cento" sobre os níveis de 1990. Isso indica que a China, maior emissor mundial de gases do efeito estufa, poderia estar atenuando sua posição de olho em um acordo pragmático.

A China é muito vulnerável ao aquecimento global. Seus cientistas alertam que haverá secas no norte, enquanto o sul sofrerá com tempestades e inundações. A safra agrícola do país poderia ser reduzida em até um terço ao fim deste século, segundo eles.

China prefere foco em metas de curto prazo

Xie disse no mês passado, quando EUA e México promoviam ambiciosas metas de longo prazo, que Pequim preferia focar em cortes de curto prazo, que são mais difíceis de adotar, porque exigem dos governos a execução de reformas rápidas e dolorosas.

"Apoiamos a existência de uma meta de longo prazo, para que a comunidade global possa ter algo pelo que se empenhar adiante, para motivar nossos esforços. Mas achamos as metas de curto prazo mais realistas", disse ele na ocasião.

A China é o maior emissor de gases do efeito estufa da atualidade, mas, em termos per capita e ao longo da história, nem se compara aos países ocidentais ricos, que têm populações menores e um longo histórico de desenvolvimento industrial.

Pequim afirma que o futuro tratado deve conter condições, principalmente por meio de transferência de tecnologias, para permitir que os países em desenvolvimento reduzam suas emissões sem ter de sacrificar o desenvolvimento que lhes garantirá o combate à pobreza.
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