A eliminação na Copa Libertadores da América custou o emprego de Muricy Ramalho e colocou o São Paulo em um período de crise. Porém, pouco mais de um mês depois de cair no torneio continental, o Tricolor aparece agora reorganizado no Campeonato Brasileiro. Sob o comando de Ricardo Gomes, o time se distanciou da zona de rebaixamento e inicia na noite desta quinta-feira, diante do Grêmio, a busca pelo G-4.

Com três rodadas seguidas sem tropeços, a equipe já se vê em condições de buscar as primeiras colocações, mas, para confirmar as expectativas, uma vitória sobre o time gaúcho, no estádio do Morumbi, é fundamental.

"Temos que priorizar a vaga para a Libertadores. Com certeza, São Paulo e Grêmio vão estar entre os primeiros no fim do campeonato, mas, neste início, temos outros objetivos. Estamos olhando para a tabela e encontrando grandes equipes na parte de cima", observou Ricardo Gomes.

O fim do jejum como visitante, na rodada passada, devolveu a confiança ao elenco, mas Renato Silva alerta que é necessário dar sequência à arrancada. "Temos que fazer o dever de casa, porque não vai adiantar nada ter ganhado do Barueri fora se não fizermos o nosso dever aqui".

Aliás, há mais de três meses o São Paulo não emplaca uma série de vitórias. Por isso, ganhar do Grêmio virou uma tarefa ainda mais relevante. Para o duelo, Ricardo Gomes não poderá contar com o atacante Washington, suspenso. Assim, Borges retorna aos titulares, formando a dupla com Dagoberto.

"Os dois funcionam jogando juntos e já começaram como titulares nesta temporada, mas não tiveram muita frequência. Isso foi uma coincidência. O Borges já voltou ao melhor da sua forma, e o Dagoberto tem jogado muito bem", analisou o técnico.

Já na defesa, André Dias dificilmente terá condições de atuar, já que se recupera de contusão na coxa direita. Portanto, Zé Luis deve ser improvisado na zaga. Outra dúvida está na esquerda. Junior Cesar retorna de suspensão e disputa vaga com Jorge Wagner. No meio-campo, Richarlyson recupera sua posição, depois de ter ficado fora do jogo passado por conta de pena automática.

Com 18 pontos na classificação, o São Paulo tenta igualar a pontuação do Grêmio, que, por sua vez, segue sua luta em busca da primeira vitória como visitante. Essa é a principal pedra no caminho do time neste Campeonato Brasileiro. A oitava posição, com 21 pontos, é um reflexo do mau desempenho fora de casa. Apesar do aproveitamento de 5,5% longe do Olímpico, o Tricolor gaúcho não irá mudar a sua postura atuando sem o apoio da torcida tricolor.

"O Grêmio tem feito bons jogos fora de casa, mas não está conseguindo os resultados. É coisa que acontece. Pior seria se não estivéssemos fazendo o dever fora de casa. Precisamos acordar antes que seja tarde", analisou o zagueiro Réver, que volta ao time de Paulo Autuori.

Ao lado dele, retornam o lateral esquerdo Fábio Santos e o atacante Maxi López. O trio cumpriu suspensão na vitória por 3 a 2 sobre o Santo André, no sábado. As voltas fazem com que o treinador possa colocar em campo o seu time considerado ideal.

Os cartões são uma dor de cabeça para a comissão técnica. Em cinco das seis vezes que atuou como visitante, o Grêmio teve jogadores expulsos. Além disso, a cota de cartões amarelos é considerada elevada.

Sem traçar metas, os gremistas querem é chegar o quanto antes no G-4. Uma vitória no Morumbi será considerada boa por dois aspectos. O primeiro é tirar esse peso de vencer fora de casa e assim se aproximar dos primeiros colocados. A segunda é que o São Paulo é visto como uma equipe em curva ascendente e frear essa reação seria benéfico.

"É um jogo muito difícil, mas não é impossível um bom resultado. Temos que tentar fazer algo diferente. Temos uma pedreira, o São Paulo. Eles vão se jogar para cima da gente. Vamos explorar os contra-ataques e tentar matar o jogo", complemente Réver.

Explorar o contra-ataque não significa que o Grêmio passará o jogo inteiro se defendendo. A intenção é manter as características do time, que é a de alta movimentação e bom toque de bola. "Tentar ter mais posse de bola e manter essa bola para tentar penetrar nos espaços deixados pelo adversário. O contra-ataque deve ser uma arma, mas essa proposta não é a nossa característica", explica o volante Túlio.