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MRV tem lucro líquido maior no 2º tri; será conservadora em uso de caixa

Juliana Schincariol - Reuters

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A MRV teve alta no lucro do segundo trimestre sobre um ano antes e acredita que continua resistente à fraqueza da economia brasileira, mas vai manter uma postura financeira mais conservadora diante das atuais incertezas.

Para a MRV, as condições de crédito no segmento de baixa renda e a diversidade geográfica têm contribuído para os resultados e o cenário no terceiro trimestre até o momento tem sido mantido, disse o copresidente da empresa, Rafael Menin.

"Estamos no meio do terceiro trimestre, a dinâmica está parecida (com o primeiro semestre)", disse.

Menin comentou que mercados como o interior de São Paulo, Belo Horizonte e capitais do Nordeste têm tido melhores resultados entre as 133 cidades do país onde a empresa opera. Já Brasília e o norte fluminense registraram piores desempenhos.

Apesar do crescimento da geração de caixa da companhia, a postura da MRV no momento é conservadora, disse Menin. "Não tem que pensar agora em fazer recompra (de ações) ou aumentar dividendos. A gente quer ter o dinheiro em caixa e manter uma baixa alavancagem", disse.

A geração de caixa da MRV cresceu 11,7 por cento no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2014 e totalizou 154 milhões de reais, somando 301 milhões no primeiro semestre.

A construtora e incorporadora teve lucro líquido ajustado de 188 milhões de reais no segundo trimestre ante 142 milhões de reais um ano antes. A média das estimativas de analistas obtidas pela Reuters apontava para lucro líquido ajustado de 120,4 milhões de reais.

A receita operacional líquida da MRV aumentou 29 por cento ano a ano e encerrou o segundo trimestre em 1,3 bilhão de reais, valor recorde para a companhia.

A construtora e incorporadora mineira informou em julho que as vendas contratadas entre abril e junho caíram 5,6 por cento ano a ano, mas aumentaram 4,9 por cento na comparação trimestral, encerrando o período em 1,434 bilhão de reais.

Os cancelamentos de vendas aumentaram 3,6 por cento na comparação anual, para 427,2 milhões de reais. Segundo a MRV, a maioria do distratos do período foram realizados fora do processo de vendas simultâneas (que condiciona venda de imóveis à aprovação do crédito pelo banco para o cliente).

Ano a ano, as despesas comerciais subiram 40 por cento, para 113 milhões de reais, enquanto que as despesas gerais e administrativas subiram 23 por cento, a 69 milhões de reais.

No período, o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de 220 milhões de reais, alta de 30,1 por cento sobre o resultado obtido um ano antes.
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